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Cinco motivos que levaram o Paraná Clube da Série A para a Série D em quatro anos

Cinco motivos que levaram o Paraná Clube da Série A para a Série D em quatro anos

O torcedor do Paraná Clube que assistiu à estreia da Série A em 2018 nunca imaginaria a situação do time quatro anos dep..

Pedro Melo - domingo, 19 de setembro de 2021 - 15:45

O torcedor do Paraná Clube que assistiu à estreia da Série A em 2018 nunca imaginaria a situação do time quatro anos depois. O Tricolor caiu para a quarta divisão do Campeonato Brasileiro com duas partidas de antecedência e vive o pior momento em quase 32 anos de história.

A reportagem do Paraná Portal listou os cinco principais motivos que levaram o Tricolor da Série A para a Série D em apenas quatro anos.

FIASCO DO PARANÁ CLUBE NO RETORNO À SÉRIE A

Parecia que o retorno do Paraná Clube para a Série A após dez anos seria o início de uma era para se firmar novamente entre os grandes. Porém, questões fora das quatro linhas complicaram a situação do Tricolor dentro de campo.

O então presidente Leonardo Oliveira rompeu com o investidor Carlos Werner, que cobrou na Justiça todo o dinheiro investido e ficou com o CT Ninho da Gralha. E dentro de campo, as contratações feitas pelo mandatário e o executivo de futebol Rodrigo Pastana não deram resultado.

O Tricolor terminou na lanterna na Série A, com apenas 23 pontos, e ainda teve o pior ataque e a segunda pior defesa. Rodrigo Pastana foi demitido do clube em setembro de 2018, quando a permanência na elite já era improvável.

DEMISSÃO DE ALLAN AAL DURANTE A SÉRIE B DE 2020

Depois da queda para a Série B em 2019, o Paraná Clube quase voltou para a elite sob o comando de Matheus Costa. Na temporada seguinte, a aposta foi em Allan Aal. O Tricolor brigava pelo acesso, mas demitiu o treinador quando teve uma vitória em apenas nove jogos.

A decisão se mostrou equivocada em pouco tempo. Rogério Micale ficou apenas por seis jogos e deixou o time paranista depois de cinco derrotas e um empate. Depois, Gilmar Dal Pozzo trabalhou também em seis partidas, com uma vitória, um empate e quatro derrotas. E no fim, Márcio Coelho comandou o time nas últimas seis rodadas, com uma vitória, um empate e quatro derrotas.

QUATRO PRESIDENTES EM MENOS DE UM ANO

Leonardo Oliveira, que estava no clube desde 2015, renunciou ao cargo dias antes do rebaixamento para a Série C do Campeonato Brasileiro. Ele pouco apareceu publicamente nos últimos meses na presidência e deixou o clube sem se manifestar publicamente.

“Desejo sucesso na continuidade das atividades do clube, sabendo das dificuldades que teremos neste processo, mas ciente também que o momento é infinitamente melhor que o período no qual assumi minhas funções diretivas”, disse Oliveira, na carta de renúncia entregue ao Conselho Diretor e Deliberativo.

Sérgio Moletta assumiu no lugar de Oliveira, mas ficou apenas três meses. Ele saiu do clube para cuidar da saúde após testar positivo para a Covid-19. Luiz Carlos Casagrande, o Casinha, foi o presidente interino e deixou o clube na última terça-feira (14). O atual mandatário paranista é Rubens Ferreira, o Rubão, eleito para comandar o clube até 2024.

PARCERIA FRACASSADA ENTRE PARANÁ CLUBE E FDA SPORTS

Após a renúncia de Sérgio Moletta para cuidar da saúde, Luiz Carlos Casagrande, o Casinha, assumiu interinamente como presidente do Paraná Clube. A nova diretoria, então, fechou uma parceria com a FDA Sports para reforçar o elenco e manter os salários em dia.

Porém, o resultado foi o oposto. Diversos jogadores chegaram ao Tricolor para a disputa da Série C, mas muitos deixaram o clube após o fim da fracassada parceria que durou apenas dois meses. Nem mesmo o técnico Silvio Criciúma continuou.

PROBLEMAS FINANCEIROS

O Paraná Clube já vive há anos com dificuldades financeiras e a aposta na Série C foi justamente a parceria com a FDA Sports. Porém, após o fracasso com o parceiro, o Tricolor encontrou muitas dificuldades para deixar os salários em dia. Por isso, os jogadores ficaram um dia sem treinar como protesto e retardaram a entrada em campo para a partida contra o Criciúma.

Logo após a vitória sobre o Criciúma, no último dia 04, o goleiro Bruno Grassi desabafou sobre o assunto. “São praticamente três meses sem receber nenhum salário e apenas um completo em sete meses de trabalho. Outros jogadores na mesma situação e outros com um ou dois meses. E por isso a gente pede que a diretoria nos ajude. A gente conseguiu mostrar dentro de campo que tem força para brigar até o final. Vamos precisar deles e que eles venham a quitar uma parte dos atrasados. A gente precisa que essa semana, no mínimo, alguma coisa seja paga porque tem gente que já não tem nem o que comer. Uma situação bem difícil”, disse, na ocasião.

A diretoria paranista pagou parte dos salários atrasados antes da decisão contra o Mirassol. O Tricolor perdeu o confronto direto na Vila Capanema por 1 a 0 e o resultado praticamente rebaixou a equipe para a Série D. A queda foi culminada neste sábado (18) com a vitória do São José-RS sobre o Oeste.

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