
Famílias são as principais financiadoras do esporte no Brasil
Mariana Ohde
18 de agosto de 2016, 07:55
Bruno Doro e Guilherme CostaDo UOL, no Rio de JaneiroIsaquias Queiroz cruzou a linha de chegada, a canoa virou e ..
Redação - 18 de agosto de 2016, 09:55
Do UOL, no Rio de Janeiro
Isaquias Queiroz cruzou a linha de chegada, a canoa virou e toda a arquibancada prendeu a respiração. O baiano também. Por 40 longos segundos, ninguém sabia se o esforço do brasileiro que remava para entrar na história olímpica do Brasil iria conseguir o pódio da prova mais imprevisível da canoagem na Rio-2016.
Primeiro, apareceu o nome do ucraniano. Depois, do atleta do Azerbaijão. E nada do bronze. Isaquias ficou embaixo d'água, esperando por segundos que valiam por horas. Até que seu nome apareceu. A medalha de bronze fez toda a arquibancada tremer. O irmão, Lucas, chorava: você vai ganhar tudo, meu irmão, disse no microfone da arena, para o irmão ouvir.
Isaquias Queiroz entrou, com essa medalha, em uma lista seleta de atletas brasileiros. Em um país em que as conquistas olímpicas não são tão comuns, ele é apenas o quinto homem a conseguir subir ao pódio mais de uma vez na mesma Olimpíada.
O baiano foi o terceiro colocado na prova do C1-200m. Ele já tinha sido prata da C1-1000m na Rio-2016. O último a conseguir o feito tinha sido o nadador Cesar Cielo, nos Jogos de Pequim-2008, com o ouro dos 50m livre e o bronze dos 100m livre.
Além deles, o também nadador Gustavo Borges (prata nos 200m livres e bronze nos 100m livre em Atlanta-1996) e os atiradores Guilherme Paraense (ouro na pistola militar de 30m e bronze por equipes na pistola livre 50m na Antuérpia-1920) e Afrânio da Costa (prata na pistola livre de 50m e bronze por equipes na mesma prova de Paraense em 1920) conseguiram o feito.
Depois de uma largada não tão boa como nas semifinais, Isaquias se recuperou na metade da final da prova e completou a prova em 39s628. O ucraniano Iurii Cheban ganhou o bicampeonato olímpico com 39s279 e Valentin Demyanenko, do Azerbaijão, ficou com a prata com 39s493.
Mas Isaquias quer mais. O brasileiro voltará à Lagoa já nesta sexta-feira para disputar a eliminatória da C2 -1000m ao lado de Erlon de Souza, prova na qual a dupla é a atual campeã mundial. Se conseguir mais uma medalha, Isaquias será o primeiro atleta do país a ter três pódios na mesma edição olímpica.
Isaquias Queiroz já havia entrado para a história do esporte olímpico na última terça-feira como primeiro medalhista de canoagem do Brasil. Na ocasião, ele teve uma disputa remada a remada com o alemão Sebastian Brendel e acabou em segundo na prova que considerava ter menos chances de sair com o ouro.
Na C1-200, especificamente, Isaquias chegou à final como um dos favoritos ao marcar o melhor tempo da história da prova em Jogos Olímpicos durante as semifinais. Porém, ele mesmo disse que precisou se reinventar para disputá-la, já que a largada, um de seus pontos fracos, é fundamental no curto percurso de 200 metros comparado ao de 1000 m. Ele foi bronze no último Mundial nesta mesma categoria.
Com a medalha de Isaquias, o Brasil chega a 13 nos Jogos do Rio de Janeiro. São três de ouro, três de prata e cinco de bronze.