
Neymar iguala Romário e Zico como maior artilheiro da seleção em Eliminatórias
Vinicius Cordeiro
08 de junho de 2021, 23:30
Acabou a espera pelo posicionamento público dos jogadores da seleção brasileira sobre a realização da Copa América no Br..
Redação - 09 de junho de 2021, 00:45
Acabou a espera pelo posicionamento público dos jogadores da seleção brasileira sobre a realização da Copa América no Brasil. Como prometido pelo técnico Tite, todos os atletas começaram a compartilhar um post de protesto, definida por eles como uma carta.
"Somos contra a organização da Copa América, mas nunca diremos não à seleção brasileira. Somos um grupo coeso, porém com ideias distintas. Por diversas razões, sejam elas humanitárias ou de cunho profissional, estamos insatisfeitos com a condução da Copa América pela Conmebol, fosse ela sediada tardiamente no Chile ou mesmo no Brasil", dizem eles nos trechos mais importantes do post.
A insatisfação dos atletas da seleção com a Copa América surgiu na semana passada, logo no dia seguinte ao anúncio da realização do torneio no país. A primeira informação era de que os jogadores que atuam na Europa não gostariam de jogar para ter mais tempo de férias.
Em seguida, foram revelados os problemas de convivência com o então presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), Rogério Caboclo. O dirigente foi quem assumiu a ligação com a Conmebol para trazer a Copa América ao Brasil depois de Colômbia e Argentina recusarem o papel de sede.
O mal estar com Caboclo foi após. Uma reunião entre o presidente e os líderes do grupo (Neymar, Casemiro, Thiago Silva, Marquinhos, Alisson e Danilo) chegou a piorar a relação.
Contudo, o afastamento de Rogério Caboclo,devido à acusação de assédio sexual e moral, esfriou os ânimos. Isso porque as probabilidades da demissão de Tite, prometida por Caboclo ao presidente Jair Bolsonaro, deixaram de existir. Com isso, os jogadores são menos assertivos do que a ideia inicial.
"É importante frisar que em nenhum momento quisemos tornar essa discussão política", completam eles.
Vale lembrar que alguns personagens, como o atual treinador, são alvos de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, que ficou insatisfeitos com a eventual recusa dos atletas em disputar a Copa América.
Quando nasce um brasileiro nasce um torcedor. E para os mais de 200 milhões de torcedores escrevemos essa carta para expor nossa opinião quanto a realização da Copa América.
Somos um grupo coeso, porém com ideias distintas. Por diversas razões, sejam elas humanitárias ou de cunho profissional, estamos insatisfeitos com a condução da Copa América pela Conmebol, fosse ela sediada tardiamente no Chile ou mesmo no Brasil.
Todos os fatos recentes nos levam a acreditar em um processo inadequado para sua realização. É importante frisar que em nenhum momento quisemos tornar essa discussão política. Somos conscientes da importância da nossa posição, acompanhamos o que é veiculado pela mídia e estamos presentes nas redes sociais. Nos manifestamos, também, para evitar que mais notícias falsas envolvendo nossos nomes circulem à revelia dos fatos verdadeiros.
Por fim, lembramos que somos trabalhadores, profissionais do futebol. Temos uma missão a cumprir com a histórica camisa verde e amarela pentacampeã do mundo. Somos contra a organização da Copa América, mas nunca diremos não à seleção brasileira.
Capitão da seleção na vitória sobre o Paraguai, o zagueiro Marquinhos deixou claro que os atletas não vão se negar a disputar a Copa América.
"A gente sabe de todo o contexto. Creio que foi muito discutido internamente e externamente. Deixar claro que os jogadores nunca negaram vestir a camisa da seleção. Isso é nosso sonho de criança e hoje estamos aqui. É um orgulho vestir essa camisa. Fizemos o que tínhamos de fazer e agora vamos ver o que será decidido. A gente sabe que tem uma hierarquia e sabemos do nosso papel", disse o zagueiro do PSG.
Dentro de campo, não há nenhuma crise interna. O Brasil lidera as Eliminatórias com 100% de aproveitamento: são seis vitórias em seis jogos, com seis pontos de vantagem sobre a Argentina.
O presidente do Superior Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, agendou para a próxima quinta-feira (10) uma sessão extraordinária para julgar as ações que pedem a suspensão da Copa América no Brasil.
De acordo com a ministra Carmem Lúcia, relatora das ações impetradas pelo PSB (Partido Socialista Brasileiro) e pelo deputado federal Julio César Delgado, a sessão extraordinária acontece por “excepcional urgência e relevância do caso e da necessidade de sua célere conclusão, considerando que se noticia o início da competição desportiva questionada para o próximo dia 13 de junho”.
O julgamento será em plenário virtual, uma forma em que os ministros registram seus votos diretamente no sistema eletrônico, sem necessidade de uma sessão presencial ou por vídeo.