(Foto: divulgação)

Tenista chinesa Peng Shuai está bem, reafirma COI após nova conversa

O COI (Comitê Olímpico Internacional) afirmou nesta quinta-feira (2) que entrou em contato pela segunda vez com Peng Shu..

O COI (Comitê Olímpico Internacional) afirmou nesta quinta-feira (2) que entrou em contato pela segunda vez com Peng Shuai, tenista chinesa que no último mês acusou o ex-vice-premiê Zhang Gaoli de forçá-la a ter relações sexuais.

“Compartilhamos a mesma preocupação de muitas outras pessoas e organizações sobre o bem-estar e a segurança de Peng Shuai. É por isso que, ainda ontem, uma equipe do COI fez outra videochamada com ela. Oferecemos amplo apoio, manteremos contato regular com ela e já combinamos um encontro pessoal em janeiro”, declarou o comitê em comunicado.

O paradeiro de Peng Shuai tornou-se uma preocupação internacional por quase três semanas depois que ela publicou uma mensagem nas redes sociais afirmando que Zhang Gaoli a havia agredido sexualmente.

Após vários dias sumida, a atleta reapareceu há cerca de dez dias, em Pequim, e fez uma videochamada com o presidente do COI, Thomas Bach.

“Os esforços do COI levaram a uma videoconferência de meia hora com Peng Shuai em 21 de novembro, durante a qual ela explicou sua situação e parecia estar bem e segura, dada a difícil situação em que se encontra. Isso foi reconfirmado na ligação de ontem”, afirmou a entidade.

A WTA (Associação do Tênis Feminino), porém, não considerou que o episódio aliviou as preocupações sobre o bem-estar da atleta e anunciou nesta quarta (1º) a suspensão de todos os seus torneios na China.

O presidente da entidade, Steve Simon, afirmou não ver “como posso pedir às nossas atletas para competir lá, quando Peng Shuai não tem permissão para se comunicar livremente e aparentemente foi pressionada a contradizer sua alegação de agressão sexual”.

“Dada a situação atual, também estou muito preocupado com os riscos que todas as nossas jogadoras e equipes poderiam enfrentar se realizássemos eventos na China em 2022”, continuou.

A decisão é um marco nas relações de entidades esportivas com o país que sediará as Olimpíadas de Inverno em fevereiro de 2022 e constitui um mercado importante para o esporte global.

Em 2019, a WTA realizou nove torneios na China. Desde então, todos os campeonatos internacionais de tênis marcados no país acabaram cancelados por causa da pandemia da Covid-19. Há três anos, a entidade havia celebrado a assinatura de um grandioso contrato com a cidade de Shenzhen para sediar o WTA Finals, evento com as melhores tenistas da temporada.

O COI, por sua vez, foi acusado de querer apenas aliviar a pressão diplomática sobre a realização dos Jogos de Pequim, daqui a dois meses.

“O comportamento do COI em relação às alegações de agressão sexual e ao desaparecimento de Peng Shuai é irresponsável e mostra o quão oco é na realidade seu entendimento dos direitos humanos”, afirmou Andrea Florence, diretora interina da Sport & Rights Alliance.

O comitê argumentou nesta quinta que trata a questão diretamente com as organizações esportivas chinesas. “Estamos usando uma ‘diplomacia silenciosa’ que, dadas as circunstâncias e com base na experiência de governos e outras organizações, é apontada como a forma mais promissora de proceder com eficácia em tais questões humanitárias.