Jornalista Zeca Fernandes lança livro “Um Lugar Chamado Cocaco”
Lançamento do livro “Um lugar chamado Cocaco”, de José Carlos Fernandes. Data: Dia 30 de junho, quinta-feira 17 horas - Mesa-redonda com José Carlos Fernandes, Fernando Velloso e Fernando Bini.
Na próxima quinta-feira, 30 de junho, a partir das 17 horas, acontece no Espaço Cultural BRDE – Palacete dos Leões, o lançamento do livro “Um lugar chamado Cocaco – a galeria que abrigou uma geração de modernos” (Insight Editora), de autoria do jornalista e professor universitário José Carlos Fernandes, com projeto gráfico de Naotake Fukushima, produção do arquiteto e urbanista Geraldo Pougy e da agente cultural Mônica Drummond.
Na ocasião, haverá uma-mesa redonda, com a participação do crítico e pesquisador de arte Fernando Bini, da Universidade Federal do Paraná, e do artista, Fernando Velloso. A mesa terá a mediação de Rafaela Tasca, coordenadora do Espaço Cultural BRDE – Palacete dos Leões.
O livro começou a ser produzido em 2018, a partir de uma série de entrevistas com a galerista curitibana Eugênia Petriu, dona da galeria Cocaco e cuidadora de uma considerável carga de documentos sobre o espaço, hoje parte da história da cidade. Mais de dez horas de conversas com Eugênia foram gravadas por
Fernandes e Pougy. A galerista tinha em casa matéria-prima para uma enciclopédia sobre a galeria, ainda algum acervo em pinturas e esculturas, e uma memória privilegiada. A pianista de formação e marchande quase que por acaso lembra com minúcias de detalhes dos vernissages, episódios cotidianos da loja e a rotina que fez da Cocaco uma espécie de berço da arte moderna paranaense.
A galeria surgiu em 1957, numa pequena sala de 70 metros quadrados, na Rua Ébano Pereira, quase esquina com a Rua Cândido Lopes. Seus criadores, o agrônomo Ênio Marques Ferreira e o aventureiro Manoel Furtado Ferreira, abriram
a princípio uma molduraria. Aos poucos, o local se transformou num ponto de encontro para os artistas e simpatizantes, em especial os mais ousados – como Fernando Velloso e Loio Pérsio, que não encontravam espaço no circuito artístico da época para mostrar o que produziam.
A ausência não era apenas de galerias e museus mais arrojados – faltavam também locais para o debate livre sobre arte. Depois das aulas, os estudantes da Escola de Música e Belas Artes (Embap), na Rua Emiliano Perneta, se reuniam na Biblioteca Pública do Paraná. Dali para a molduraria eram poucos passos. Logo a loja ganhou improviso e virou uma galeria. Ainda que minúscula, abrigou uma arte que não cabia nos salões conservadores de então. O local ficou tão famoso que
era visitado por artistas do Rio de Janeiro e São Paulo que vinham ao Teatro Guaíra, a exemplo de Cacilda Becker, Walmor Chagas e Tônia Carrero.
O pai de Eugênia, o industrial de origem ucraniana Pedro Kuratz, atuante no ramo moveleiro, percebeu o potencial da galeria/molduraria e a comprou em 1959, passando a administração para sua filha, Eugênia, totalmente alheia ao ramo.
Poderia ter sido o fracasso da Cocaco como espaço para a arte moderna, mas o inesperado aconteceu. “Corpo” estranho a princípio, ela logo se tornou parceira dos artistas, promotora de exposições marcantes – a exemplo da primeira individual de Ida Hanemann de Campos – e esteio de nomes como Miguel Bakun,
Fernando Calderari e Juarez Machado. Uma das passagens mais marcantes da Cocaco é a última exposição individual do pintor italiano Guido Viaro, em 1971. Ea amizade de Eugênia e Poty Lazzarotto é digna das mais belas páginas da literatura.
Nos anos 1970, a Cocaco deixa de ser uma espécie de espaço único. Outras galerias surgem, os museus mudam suas mentalidades e políticas de aquisição de obras ganha impulso. A galeria de Eugênia passa a se destacar – para além
das exposições – na arte educação e na formação de novos artistas. Permanece como espaço nobre até seu encerramos nos anos 1990, quando funcionava num casarão neoclássico da Rua Comendador Araújo. A “lenda” Cocaco, contudo, não
desapareceu e permanece sendo contada à nova geração de interessados em arte. Saber que aqueles poucos metros desafiaram o provincianismo estético de Curitiba nunca deixa de causar espanto e admiração.
O projeto foi realizado por meio do Programa de Apoio e Incentivo à Cultura da Fundação Cultural de Curitiba e Prefeitura Municipal de Curitiba, com incentivo do Colégio Positivo e do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul –
BRDE.
Sobre o Espaço Cultural BRDE – Palacete dos Leões Inaugurado em junho de 2005, o Espaço Cultural BRDE – Palacete dos Leões,
localizado em Curitiba, é mantido e coordenado pelo Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul. Oferecendo uma programação gratuita, realiza exposições e atividades relacionadas à arte contemporânea, arquitetura, história e
patrimônio cultural. Sua programação contempla um programa de exposições temporárias de artistas nacionais e de exposições em parceria com outras instituições culturais.
Serviço:
Lançamento do livro “Um lugar chamado Cocaco”, de José Carlos Fernandes.
Data: Dia 30 de junho, quinta-feira 17 horas – Mesa-redonda com José Carlos Fernandes, Fernando Velloso e Fernando Bini. Mediação Rafaela Tasca.
Entrada gratuita e vagas limitadas. Os ingressos serão distribuídos no local por
ordem de chegada 30 minutos antes do início da mesa-redonda.
19 horas – Sessão de autógrafos com o autor José Carlos Fernandes e com a
presença da galerista Eugênia Petriu.
Local: Espaço Cultural BRDE – Palacete dos Leões
Avenida João Gualberto, 570
Alto da Glória – Curitiba – PR