‘O Poderoso Chefão’ em alta definição e ‘A Ilha de Bergman’ estreiam nos cinemas

Para quem ainda não viu 'O Poderoso Chefão', existe agora a oportunidade de aproveitar uma cópia remasterizada em 4K

O que falar de “O Poderoso Chefão”? Nesses 50 anos desde o seu lançamento original, em 1972, muito foi dito sobre o filme, um clássico que traz as ambiguidades do moderno para ressuscitar um gênero fora de moda desde 1940 -os filmes de máfia. De fato, é difícil encontrar novidades nesse longa, que ocupa nove em cada dez listas de maiores filmes americanos de todos os tempos.

Para quem ainda não viu, existe agora a oportunidade de aproveitar uma cópia remasterizada em 4K que será exibida nas salas de cinema a partir desta quinta (24). E para quem já viu, não há surpresas: assistimos de novo à mesma saga da família Corleone na América, a atuação magistral de Marlon Brando como don Vito, a fúria reprimida do iniciante Al Pacino no papel que o consagraria, a fotografia barroca de Gordon Willis.

Já entre as estreias contemporâneas, “A Ilha de Bergman”, de Mia Hansen-Love, é o destaque. O trabalho é chamativo para os cinéfilos, não só pelo título -referência à ilha de Faro, onde viveu e filmou o diretor sueco-, mas também pela sua exibição no Festival de Cannes e por ser uma obra da celebrada diretora de “O Que Está Por Vir”. A estreia mostra um casal de cineastas que vai ao local, hoje marcado pelo turismo cultural, participar de eventos e tentar superar uma crise criativa.

Já outra estreia é “Adeus, Idiotas”, comédia frenética de Albert Dupontel, em que uma mulher vai atrás do filho que foi obrigado a abandonar e mergulha nesta jornada com a improvável companhia de um atrapalhado cinquentão e de um arquivista cego.

A estreia nacional de destaque é o documentário “Transversais”, de Émerson Maranhão, que chegou a ser criticado por Bolsonaro como parte de um edital para séries de temática LGBTQIA+ em 2019. De lá para cá, o filme foi celebrado em festivais ao contar a história de cinco pessoas de origens bem diferentes, mas que têm a transexualidade em comum.

Ainda nesse jogo de gêneros, mas voltado para o público infantil, “Coração de Fogo” mostra uma jovem que sonha em ser bombeira, como o pai. Quando um perigoso incendiário começa a atacar Nova York, ela vai se disfarçar de homem para poder ajudar a proteger sua cidade.

Adeus, Idiotas:
Essa comédia, sucesso de bilheteria na França e ganhadora de diversos prêmios César, mostra uma mulher -Virginie Efira, de “Benedetta”- em uma saga para reencontrar o filho que foi obrigada a abandonar aos 15 anos. Tudo ganha mais emoção, e perseguições, quando ela se une a um cinquentão que acabou de cometer uma grave imprudência -vivido pelo próprio diretor, Albert Dupontel- e um entusiasmado arquivista cego -vivido por Nicolas Marié. França, 2020. Direção: Albert Dupontel. Com: Virginie Efira, Albert Dupontel, Nicolas Marié. 14 anos

Coração de Fogo:
Para ajudar seu pai quando um perigoso incendiário começa a inflamar Nova York, uma jovem se disfarça de homem para poder integrar o corpo de bombeiros -e, de lambuja, concretiza um sonho de infância. Esta animação, que retoma um mote comum desde “Mulan”, reafirma que as mulheres podem seguir os caminhos que quiserem. Canadá/França, 2021. Direção: Laurent Zeitoun. Com: Kenneth Branagh, Olivia Cooke, Laurie Holden. Livre

A Ilha de Bergman:
A ilha de Faro, onde viveu e filmou o cineasta Ingmar Bergman, tornou-se um polo de turismo cultural. E é para lá que vai um casal de cineastas, que têm a obrigação de participar de eventos e mostras, mas que tentam superar uma crise criativa e elaborar um novo roteiro. Tudo com direito a safari pelas locações de clássicos como “Persona” e conversas sobre a vida do diretor ausente. Alemanha/Bélgica/França/México/Suécia, 2021. Direção: Mia Hansen-Love. Com: Vicky Krieps, Tim Roth, Grace Delrue. 14 anos

O Poderoso Chefão – 50 Anos:
O monumento de Francis Ford Coppola, celebrado como um dos grandes longas do cinema americano, volta aos cinemas em cópias remasterizadas. Ao contar a saga dos Corleone na América, jogando luz sobre a sucessão de don Vito -interpretado pelo excepcional Marlon Brando- para o comando de Michael -o então iniciante Al Paciono-, o filme é uma visão crítica da nação a partir do crime. EUA, 1972. Direção: Francis Ford Coppola. Com: Marlon Brando, Al Pacino, James Caan. 14 anos

Transversais:
Depois de ser criticado por Bolsonaro como parte de um edital para séries de temática LGBTQIA+, estreia o documentário de Émerson Maranhão, que aborda a diversidade ao mostrar cinco pessoas trans, de origens, classes e formações diferentes. Brasil, 2021. Direção: Émerson Maranhão. Com: Caio José Batista, Érikah Alcântara, Kaio Lemos. 10 anos