Coração de Neon, filme curitibano elogiado em Cannes, estreia no Brasil
Longa produzido no formato “cinema de guerrilha” recebeu prêmios em festivais internacionais e elogios em Cannes
Uma produção curitibana estreia hoje nas salas de cinema de 50 cidades brasileiras. O longa “Coração de Neon”, produzido e filmado em Curitiba, leva o nome e os cenários da cidade para todo o Brasil, depois de ter ganhado visibilidade em grandes festivais de cinema internacionais.
O projeto começou a ser filmado em 2019, atravessou as dificuldades da pandemia e do baixo orçamento, e agora se consagra entre críticos e é uma grande promessa do cinema contemporâneo brasileiro. A produtora executiva, Rhaissa Gonçalves, classifica o trabalho como “cinema de guerrilha”, totalmente financiado de forma independente. “É um cinema feito por apaixonados, porque a gente se divide em uma série de funções e cargos dentro do cinema pra conseguir executar. Também lidamos com o orçamento limitado. No nosso caso, financiamos nosso próprio projeto para atingir um alto nível. Nós queríamos chegar a um nível de um cinema de qualidade, mesmo sendo um cinema feito de forma independente”, relata.
TUDO POR CONTA PRÓPRIA
A produção não contou com o apoio de leis de incentivo. O investimento de cerca de R$ 1 milhão e meio foi todo da IHC, a produtora de audiovisual curitibana comandada por Rhaissa e Lucas Estevan Soares, que assina o roteiro, a direção e interpreta o protagonista Fernando.
No enredo, ele e o pai dirigem o Coração de Neon, um carro de mensagens ao vivo, pelas ruas do Boqueirão, um dos bairros mais populosos de Curitiba. A dupla sonha levar o carro para os Estados Unidos, mas a história tem uma virada quando uma tragédia acontece durante uma apresentação.
NARRATIVAS
A divulgação do filme não aborda uma das temáticas mais presentes na narrativa: a violência contra a mulher em diferentes esferas: física, psicológica e profissional. “Todas essas temáticas estão presentes na narrativa porque a gente acredita que elas estão, infelizmente, presentes no dia a das pessoas. O filme não é sobre a violência de gênero ou abuso de autoridade mas, sim, eles existem. Assim como existem, infelizmente, na nossa vida, eles também existem na vida dos personagens. Mas a temática central é ali aquela busca por sonhos, de fazer o amor prevalecer”, completa Rhaíssa.
Com uma distribuição feita de forma “artesanal”, a expectativa da equipe é movimentar os cinemas na semana de estreia, o que pode ajudar a alavancar a produção pelas próximas semanas.
A julgar pela análise feita fora do país – o filme recebeu prêmios no Festival de Moscou, no Festival Internacional de Houston e no FestCine Pedra Azul, além de elogios no Festival de Cannes – o sucesso está garantido.
Confira o trailer:
