Roberto Carlos faz 80 anos e diz ser o mesmo cara de sua juventude

Uma grande notícia surge do bairro da Urca, no Rio de Janeiro, onde Roberto Carlos mora desde 1980, numa cobertura do pr..

Uma grande notícia surge do bairro da Urca, no Rio de Janeiro, onde Roberto Carlos mora desde 1980, numa cobertura do prédio Golden Bay –o rei está trabalhando. “Sim, tenho trabalhado bastante em casa compondo novas canções”, afirmou, em entrevista distribuída por sua assessoria de imprensa. O artista fará 80 anos nesta segunda-feira, dia 19.

Não é uma notícia menor para os fãs. Para um artista cuja carreira se confundia com o hábito de lançar um álbum de inéditas todo final de ano, Roberto tem se mostrado muito pouco produtivo nas últimas décadas.

Seu último álbum de inéditas naquela toada quase anual –ele já vinha pulando um ano ou dois– é de 2005.

Depois disso, ele lançou apenas dois EPs, com quatro músicas cada um, puxados pelos hits “Esse Cara Sou Eu”, em 2012, e “Sereia”, em 2017.

Questionado sobre que tipo de música estaria fazendo se ainda tivesse 20 anos, ele lembrou esses últimos sucessos.

“Estaria fazendo o mesmo tipo de música que faço hoje. ‘Esse Cara Sou Eu’ e ‘Sereia’ são exemplos disso.”

Roberto também adiantou a próxima canção que vai lançar. “Tenho um dueto com em casa. Para evitar aglomerações, peço a vocês que também fiquem em casa e eu estarei recebendo esses abraços, esse carinho e todo esse amor a distância, que é como deve ser feito nesse momento.”

“O momento de aniversário é sempre um momento de muita reflexão, de se pensar muito na vida, no passado, no presente e no futuro. Brindo sempre à saúde, ao amor, à felicidade e às bênçãos do nosso Deus de bondade. Amém.”

Além de trabalhar em novas canções, o artista revelou um pouco do seu dia a dia na cobertura da avenida Portugal.

“Sou fã do BBB e assisto quase todos os dias, me divirto muito”, disse ele, respondendo ainda que a única coisa que não pode faltar em sua geladeira é sorvete.

Comentou também a falta que sente dos palcos e do amigo e parceiro Erasmo Carlos. “Sinto falta de tudo isso, do palco, das luzes e principalmente da plateia. De estar de frente para o público em contato direto com as pessoas, dos sorrisos, dos olhares, desse carinho e desse amor que eu recebo nesse momento em que estou no palco. Sinto falta sim, mas isso vai passar e daqui a pouco a gente está de volta”, afirmou.

“A minha amizade com Erasmo continua a mesma de sempre. Erasmo é meu grande irmão, meu parceiro em quase todas as canções que tenho feito até hoje. Mas nós respeitamos muito as regras de distanciamento social. Vamos nos falar por telefone com o abraço de sempre e, quando tudo isso passar, a gente vai comemorar com um outro grande abraço.”

Questionado sobre arrependimentos, Roberto Carlos disse que os têm principalmente por não ter agido em algumas ocasiões. “Sim, por algumas coisas que não fiz e outras poucas coisas que fiz. Mas me arrependo sim, seja como for me arrependo sim.”

Ao fim, Roberto Carlos deixou sua visão a respeito de se tornar octogenário.

“Eu sou, aos 80 anos, o mesmo de sempre. E chegar aos 80 anos não me assusta porque isso vem acontecendo gradativamente. O importante é que eu me sinto bem e me sinto com menos idade do que a que tenho. Sou um cara com muitos sonhos aos 80 anos.”

RC em 80 canções

1963

  • ‘Parei na Contramão’

    Troca da bossa nova pelo rock

  • ‘Splish Splash’

    Fórmula do que seria a jovem guarda

1964

  • ‘É Proibido Fumar’

    Letra direta em arranjo meio latino

  • ‘O Calhambeque’

    Carros, paqueras e humor

  • ‘Aquele Beijo que Te Dei’

    Romantismo ingênuo

  • ‘Escreva uma Carta, Meu Amor’

    A voz aveludada para canções de amor

  • ‘História de um Homem Mau’

    Parece um rap precoce

  • ‘Lobo Mau’

    Versão do hit do rock ‘The Wanderer’

  • ‘Mexericos da Candinha’

    Brincadeira com colunista de fofocas

  • ‘Não É Papo pra Mim’

    O solteirão que foge de compromissos

  • ‘Pega Ladrão’

    Surf rock com letra engraçada

  • ‘Quero que Vá Tudo pro Inferno’

    O namorador compulsivo busca redenção no amor

  • ‘Os Sete Cabeludos’

    Surf rock de guitarras nervosas

1966

  • ‘É Papo Firme’

    O suburbano deslumbrado com a menina moderninha

  • ‘Eu Te Darei o Céu’

    Promessa romântica

  • ‘Namoradinha de um Amigo Meu’

    Cobiçar a mulher do outro foi ousadia

  • ‘Nossa Canção’

    Ponto mais triste do repertório

  • ‘Querem Acabar Comigo’

    Fala da briga com Erasmo

1967

  • ‘Como É Grande o Meu Amor por Você’

    Declaração de amor grandiosa

  • ‘De que Vale Tudo Isso’

    A revolta do homem abandonado

    ‘Eu Sou Terrível’

    De novo o conquistador

  • ‘Por Isso Corro Demais’

    Volta a fixação pelos carros

  • ‘Quando’

    Música de dor de corno

  • ‘Só Vou Gostar de Quem Gosta de Mim’

    Canção de espírito juvenil

  • ‘Você Deixou Alguém a Esperar’

    Batida do pop inglês

  • ‘Você Não Serve pra Mim’

    O desprezo pela ex

1968

  • ‘As Canções que Você Fez pra Mim’

    Uma das mais regravadas do Rei

  • ‘Ciúme de Você’

    De Luiz Ayrão, com pegada de soul

  • ‘Eu Te Amo, Te Amo, Te Amo’

    Influenciado pela música negra americana

  • ‘Se Você Pensa’

    Inspirada pelo funk e pelo soul americanos

  • ‘O Show Já Terminou’

    Uma letra metafórica

1968

  • ‘As Curvas da Estrada de Santos’

    Música mais do Erasmo que do Roberto

  • ‘As Flores do Jardim da Nossa Casa’

    Tem o amor maduro como tema

  • ‘Sua Estupidez’

    Letra ousada para a época

1970

  • ‘Jesus Cristo’

    A primeira religiosa e para muitos a melhor no filão

  • ‘Vista a Roupa, Meu Bem’

    Perfeita na radiografia do machismo

1971

  • ‘Amada Amante’

    Clássico romântico

  • ‘Como Dois e Dois’

    Entre blues e balada, Roberto rouba a canção de Caetano Veloso

  • ‘Debaixo dos Caracóis dos seus Cabelos’

    Canção para Caetano, então no exílio

  • ‘Detalhes’

    Imagética e recorda um amor do passado

    ‘Todos Estão Surdos’

    Quase um hino religioso, com batida funk, forte nos EUA

1972

  • ‘Como Vai Você’

    Amor derramado em canção

  • ‘O Divã’

    O momento mais depressivo

  • ‘A Montanha’

    Segue a linha de ‘Jesus Cristo’

  • ‘Quando as Crianças Saírem de Férias

    A maturidade de um casal, que reclama da falta de privacidade em casa

1973

  • ‘Proposta’

    Troca as promessas ingênuas por uma letra sensual

1974

  • ‘É Preciso Saber Viver’

    Livros de autoajuda poderiam ser sintetizados nesse verso

  • ‘Eu Quero Apenas’

    Roberto quer ter 1 milhão de amigos

  • ‘O Portão’

    Trilha do inesquecível comercial de cigarro

1975

  • ‘Além do Horizonte’

    O sonho de um mundo melhor

  • ‘Olha’

    Bela declaração de amor

1976

  • ‘Ilegal, Imoral ou Engorda’

    Momento raro e empolgante de crítica social

  • ‘O Progresso’

    Primeira incursão na defesa da ecologia

  • ‘Os Seus Botões’

    Mais tocada nas rádios naquele ano

1977

  • ‘Amigo’

    Virou a música oficial de reencontros

  • ‘Cavalgada’

    A música de motel definitiva

  • ‘Falando Sério’

    Um Roberto maduro, querendo relacionamento longo

  • ‘Jovens Tardes de Domingo’

    Homenagem à turma do ‘Jovem Guarda’

  • ‘Outra Vez’

    Bela e triste

  • ‘Sinto Muito, Minha Amiga’

    Sobre final de relação

1978

  • ‘Café da Manhã’

    Roberto sendo Roberto

  • ‘Força Estranha’

    Retribuição de Caetano para ‘Debaixo dos Caracóis dos Seus Cabelos’

  • ‘Lady Laura’

    Mãe é mãe

1979

  • ‘Meu Querido, Meu Velho, Meu Amigo’

    Tributo ao pai

  • ‘Na Paz do Seu Sorriso’

    Romântica singela e solar

1980

  • ‘Amante à Moda Antiga’

    Ainda chama de querida a namorada

  • ‘A Guerra dos Meninos’

    Canção pacifista

1981

  • ‘As Baleias’

    Manifesto ecológico

  • ‘Cama e Mesa’

    Mistura de trilha de motel e canção de referências visuais

  • ‘Emoções’

    Cartão de visitas de Roberto

1982

  • ‘Fera Ferida’

    A melhor de sofrência

  • ‘Meus Amores da Televisão’

    Declaração de amor à TV

1983

  • ‘O Côncavo e o Convexo’

    Abusa das metáforas sexuais

1984

  • ‘O Caminhoneiro’

    O motorista de caminhão como herói

  • ‘Eu e Ela’

    Volta às canções de amor

1985

  • ‘Verde e Amarelo’

    Canção ufanista

1992

  • ‘Mulher Pequena’

    Homenagem às baixinhas

1993

  • ‘Coisa Bonita’

    Ode às gordinhas

  • ‘Nossa Senhora’

    Agrada senhoras carolas

2012

  • ‘Esse Cara Sou Eu’

    Lançada em EP digital, para se adaptar ao mercado fonográfico