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Agência Brasil
15 de dezembro de 2020, 16:04
Em menos de um mês após sua reinauguração, a SOMA Galeria recebe a segunda exposição em seu novo espaço: "Vende-se Arte"..
Redação - 15 de dezembro de 2020, 20:21
Em menos de um mês após sua reinauguração, a SOMA Galeria recebe a segunda exposição em seu novo espaço: "Vende-se Arte". A abertura da exposição será nesta quinta-feira (17), no multiespaço SFco179, localizado na Rua São Francisco.
Em "Vende-se Arte”, o artista Renato Ranquine faz uso da linguagem visual do mercado popular para aproximá-la do mercado de arte, em um trabalho provocativo, irônico e crítico, em que a frase “Compre arte” é vista em painéis de led, camisetas com estampas de baixa qualidade, adesivos, banners, entre outros suportes para imagens reprodutíveis.
Renato Ranquine utiliza há alguns anos a estratégia de divulgação de mercados populares para circular a frase “Compre arte”. Além do teor crítico e irônico, é um elemento para gerar uma reflexão no público, que é levado a pensar sobre as relações mais profundas desta associação.
Muitas das obras são feitas com materiais de baixo custo, além de terem cores chamativas e um certo excesso visual. Não por ser um elogio à precariedade, mas sim para reproduzir a atmosfera de grandes centros de comércio popular, como a Rua 25 de Março, em São Paulo, ou o Saara (Sociedade de Amigos das Adjacências da Rua da Alfândega), no Rio de Janeiro.
A ideia é fazer um contraponto à ideia dos espaços assépticos da arte, como observou o crítico de arte Leandro Muniz. “Sabemos que o mercado de arte tem na mistificação de seus produtos uma de suas estratégias centrais. No projeto de Ranquine há uma dissolução dessas hierarquias e vale pensarmos nos motivos pelos quais o mercado de arte se torna um tema em si mesmo, não apenas em sua produção“, afirma Muniz.
Apesar de contar com obras realizadas com materiais acessíveis, a exposição “Vende-se Arte” apresenta um rigor na construção das peças. Este elemento leva o trabalho para além do mero trocadilho, mantendo-o em uma situação ambígua entre a crítica e o fascínio, tanto pelo mercado de arte, quanto pelas formas.
A exposição realiza uma provocação necessária para a cadeia produtiva das artes plásticas, conforme aponta Leandro Muniz. “Ao discutir a dimensão de mercadoria da obra de arte, ou melhor, ao apontar como o mercado de arte é uma dimensão fundamental do funcionamento desse sistema, Renato Ranquine vai contra a suposta transparência e fluidez das relações entre artistas, galeristas e colecionadores e apresenta esse mecanismo em sua opacidade“.