Com Metro Jornal
O último disco de Tulipa Ruiz, “Dancê” (2015), era como uma noite de sábado: animado, dançante, festeiro. O álbum que ela acaba de lançar, “Tu”, mostra a cantora como numa manhã chuvosa de domingo: intimista, pensativa. “Desde 2010, quando eu lancei ‘Efêmera’, o Stéphane (San Juan, baterista) me deu a ideia de gravar as músicas em formato acústico. Senti que tinha que fazer esse registro mais nude das músicas”, diz a cantora.
Parte dos objetivos foram alcançados. Realizado em parceria com seu produtor musical e irmão, Gustavo Ruiz, “Tu” é um disco acústico com uma percussão que passeia pelas músicas. As faixas ganham ritmo lento para favorecer a construção dos personagens das letras, como em “Pedrinho” e “Desinibida”.
“São músicas necessárias hoje, falam de liberdade em um momento de tanto conservadorismo no nosso país”, afirma Tulipa. A ideia era fazer um álbum de regravações, mas só quatro das nove faixas já são conhecidas do público. Além das já citadas, “Dois Cafés” e “Algo maior” também ganharam novas roupagens.
O disco apresenta cinco canções inéditas, todas brincando com a sonoridade das palavras. “Game”, single de divulgação, faz uma brincadeira entre os significados, podendo ser tanto o jogo eletrônico quanto o ato de se envolver com alguém.
As canções foram criadas quatro dias antes da gravação, feita em Nova York. O disco foi registrado ao vivo – “senão ia expirar”, segundo a cantora.