(Foto: Foto: Roberto Dziura Jr/AEN)

Argentina cria documento para não binários, e filho do presidente vira símbolo da mudança

Um dia depois da oficialização dos documentos de identidade argentinos com a opção de incorporar os não binários, o filh..

Um dia depois da oficialização dos documentos de identidade argentinos com a opção de incorporar os não binários, o filho do presidente Alberto Fernández, Estanislao, afirmou que mudará seu DNI (RG local). “Não me considero homem, me considero uma pessoa não binária”, disse o rapaz de 26 anos por meio de sua conta de Instagram.

Além disso, pediu que não seja mais chamado de Estanislao, mas sim de Dyzhy, como já é conhecido como cosplayer e DJ.

“As pessoas precisam se desconstruir para que esses temas sejam naturalizados. Obviamente ainda existe gente do mal: transfóbicos e homofóbicos”, afirmou Dyhzy. “Nós continuamos conquistando direitos. Nenhum retrógrado vai nos parar”, completou.

A nova norma permite que as pessoas que não se identificam com as categorias feminina e masculina possam optar pela opção “x”, tanto no DNI como no passaporte.

A Argentina passou a ser, assim, o primeiro país da América Latina que oferece essa opção. “Ao Estado não deveria importar qual é o sexo de seus cidadãos. Há outras identidades além de homem e mulher que devem ser respeitadas”, disse o mandatário argentino na cerimônia que celebrou a entrada em vigor da regra, no museo do Bicentenário, na Casa Rosada.

Fernández disse que a medida é “apenas um passo” de um processo que terminará quando “a ninguém mais se pergunte se é um homem, mulher ou o que seja. Esse é o ideal que temos que alcançar”, afirmou. Ele estava acompanhado do ministro do Interior, Eduardo Wado de Pedro, e da ministra das Mulheres, Gênero e Diversidade, Elizabeth Gómez Alcorta.

Entre outros países que reconhecem documentos de identidade de gênero fora do binômio masculino e feminino estão o Canadá, a Austrália, a Alemanha e a Índia, além de alguns estados dos EUA.

No Uruguai, há um projeto de lei em trâmite no Congresso para regulamentar esse direito.