(Foto: Pressfoto/Freepik)

Começa temporada 2021 de pinguins na costa das regiões Sul e Sudeste do país

O Brasil já começou a receber os primeiros pinguins da espécie pinguim-de-magalhães (Spheniscus magellanicus), oriundos ..

O Brasil já começou a receber os primeiros pinguins da espécie pinguim-de-magalhães (Spheniscus magellanicus), oriundos das Ilhas Malvinas, da Argentina e do Chile que anualmente migram para a costa brasileira, em temporada que tende a se estender de junho a outubro.

O pico da temporada ocorre, normalmente, entre julho e agosto. O Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), implantado pela Petrobras na região em 2015, resgatou do final de maio até o último dia 10 de junho nove pinguins entre Santa Catarina e São Paulo, sendo quatro no litoral paulista e cinco nas praias catarinenses.

O primeiro apareceu na Praia dos Ingleses, em Florianópolis (SC), no dia 21 de maio. Estava debilitado, com sintomas de desidratação e hipotermia, e foi encaminhado para o Centro de Reabilitação.

O coordenador do PMP-BS na área SC/PR, biólogo marinho André Barreto, explica que os pinguins vêm, em geral, das colônias de reprodução na Argentina, em águas mais frias e, nesta época do ano, começam a se espalhar em busca de alimento.

“E parte da população acaba chegando aqui, no Brasil. Por isso a gente acaba tendo mais animais nas regiões do Sul. Alguns alcançam o Rio de Janeiro e a gente tem registro até mais no Nordeste, na Bahia. Mas é mais raro. O mais comum é no Rio Grande do Sul e Santa Catarina ter mais animais”.

Barreto explicou que os pinguins-de-magalhães costumam fazer colônias na América do Sul, principalmente na costa da Patagônia, onde tem as maiores colônias, e se espalham no Atlântico Sul.

Essa espécie não vive no gelo, como o pinguim imperador e o pinguim real. “Esse é um pinguim que vive em terra. As colônias dele são nas praias da América do Sul mesmo”.

DEBILIDADE

Os animais que chegam à costa brasileira vêm debilitados, em sua grande maioria, ou mortos até, porque o canal de distribuição deles é mais a Argentina e o Uruguai.

Pinguim-de-magalhães (Nilson Coelho/Agência Petrobras)

Os pinguins que chegam às praias sem necessidade de ir para a reabilitação não são pegos. Sozinhos, eles voltam para o mar, sem problemas.

Antes de serem devolvidos ao mar, os animais recebem um microchip que é implantado embaixo da pele, entre as omoplatas, nas costas. Esse microchip permite o acompanhamento e reconhecimento dos animais, caso reapareçam no litoral brasileiro.

Estruturado e executado pela Petrobras para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental federal, o PMP é o maior programa de monitoramento de praias do mundo.

PROJETO

Atualmente, a companhia mantém quatro PMPs que, juntos, atuam em dez estados litorâneos, acompanhando mais de três mil quilômetros de praias. O PMP da Bacia de Santos (PMP-BS) é o mais recente da companhia e está presente no Sul e no Sudeste, desde Laguna (SC) até Saquarema (RJ).

O monitoramento é feito pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e compreende o registro, resgate, necrópsia, reabilitação e soltura de mamíferos, tartarugas e aves marinhas, contribuindo para a gestão de políticas públicas para a conservação da biodiversidade marinha.

Os PMPs trabalham em parceria com diversas organizações científicas e com as comunidades locais. A sociedade também pode participar, acionando as equipes se avistar um animal marinho vivo ou morto.

Os telefones disponíveis para essa finalidade são PMP-BS Área SC/PR e Área SP – 0800 6423341; PMP-BS Área RJ (Paraty a Saquarema) – 0800 9995151; PMP-BC/ES (RJ) -0800 0262828; PMP-BC/ES (ES) – 0800 0395005; PMP-SEAL (Piaçabuçu/AL até Conde/BA) – 08000-793434 ou (79) 9 9683-1971; PMP-RNCE (RN) – (84) 98843 4621; e PMP-RNCE (CE) – (85) 99800 0109 e 3113 2137.