Dia Mundial do Rim: é possível viver bem com doença renal crônica

"O esporte veio para mostrar para ela que ela não limitações", explica Suian Cristina de Lima sobre o início da natação ..

“O esporte veio para mostrar para ela que ela não limitações”, explica Suian Cristina de Lima sobre o início da natação na vida de Heloisa de Lima Riske após dois anos da realização de um transplante de rim por causa de uma insuficiência renal.

Conforme dados da SBN (Sociedade Brasileira de Nefrologia), cerca de 850 milhões de pessoas são afetadas pela doença renal crônica no mundo. Em 2021, estima-se que 11% dos brasileiros adultos sejam portadores da doença.

Isso significa que uma em cada dez pessoas tem algum tipo de comprometimento dos rins. Por isso, neste ano a campanha escolhida para o Dia Mundial do Rim, comemorado nesta quinta-feira (11), foi: “Vivendo bem com a doença renal”.

A Heloisa descobriu a insuficiência renal crônica ainda quando era um bebê, com um ano e meio. A partir desse momento, Suian junto com a equipe médica iniciou o tratamento, até que com oito anos completos, ela realizou o transplante de rim.

“O tratamento foi longo para tentar esticar a vida útil do rim, que estava com problema, então quando a função renal caiu muito, surgiu a possibilidade do transplante. Na época, eu e meu marido fizemos os exames e eu tinha a possibilidade de doar”, explica Suian.

Depois do primeiro ano, considerado o mais difícil já que é necessário usar máscara o tempo todo, não receber visitar e não sair de casa exceto para consultas médicas, surgiu a possibilidade da Heloisa praticar um esporte.

“Como ela foi diagnosticada muito cedo, ela foi impedida de fazer muitas coisas, então, depois de dois anos do transplante, procuramos alguma atividade que ela pudesse fazer sozinha e foi amor a primeira vista. Ela abraçou a natação e participou de diversas competições, inclusive dos Jogos Municipais de Transplantados”, conta a mãe com muito orgulho.

Nessa competição a adolescente, de 15 anos, ela se sentiu ambientada e ela percebeu que pessoas transplantadas são normais. “Hoje ela tem uma vida praticamente normal, tem acompanhamento médico a cada três meses, a cada ano precisa fazer uma bateria de exames e faz a utilização de medicamentos duas vezes ao dia.”

PESSOAS COM DOENÇA RENAL CRÔNICA TÊM ROTINA DIFÍCIL, QUE PODE SER ALÍVIADA COM APOIO MÉDICO E FAMILIAR

A rotina de adultos, adolescentes e crianças que sofrem com insuficiência renal não é fácil. Para a maioria dos pacientes, incluindo os que dependem de diálise e os transplantados renais, o tratamento para controlar a doença pode ser desgastante.

A dieta restritiva que exige a exclusão de sal dos alimentos, o controle da sede e a ingestão de minerais como potássio, sódio e fósforo, por exemplo, faz parte do dia a dia dessas pessoas. O cotidiano, especialmente das crianças, também acaba sendo afetado por sintomas como fraqueza, coceira ou inchaços pelo corpo.

No caso dos pacientes que realizam diálise peritoneal ou hemodiálise, há limitação de determinados tipos de atividades como ir à piscina ou entrar no mar, para evitar infecções por causa do uso do cateter. Já os transplantados devem evitar a prática de esportes de contato como o futebol.

Há mais de três décadas oferecendo o Serviço de Nefrologia, o Hospital Pequeno Príncipe aproveita o Dia Mundial do Rim, sempre celebrado na segunda quinta-feira do mês de março, para conscientizar e orientar pais e responsáveis sobre a possibilidade de melhorar a qualidade de vida dos filhos que sofrem com insuficiência renal.

“É um desafio muito grande que precisa ter o envolvimento das famílias. Quando a criança vai crescendo, é preciso estimular que ela não se acomode, não pare de estudar; ela precisa tentar viver uma vida normal”, explica a nefrologista pediátrica do Pequeno Príncipe Lucimary Silvestre.

SINAIS DE ALERTA QUE PODEM INDICAR DOENÇA RENAL

Os rins são responsáveis por filtrar o sangue e pelo controle da pressão arterial, por isso são fundamentais para o pleno funcionamento do corpo.

Para que as crianças e adolescentes não desenvolvam problemas renais na vida adulta é importante que se tenha cuidados com o estilo de vida.

É importante que crianças a partir dos 3 anos tenham sua pressão aferida ao menos duas vezes por ano e sejam incentivadas a praticar exercícios físicos, beber água e não ingerir muito sal.

A doença renal crônica – antes conhecida como insuficiência renal crônica – não apresenta sintomas durante sua fase inicial e, por esse motivo, seu diagnóstico, muitas vezes, ocorre tardiamente, quando a função dos rins já está prejudicada, por isso é importante ficar atento aos seguintes sinais:

– infecções de urina recorrentes;

– pressão alta;

– presença de sangue e/ou espuma na urina;

– alterações de cor e odor da urina;

– inchaço nos olhos, pés ou barriga;

– dor ao urinar;

– anemia constante;

– problemas no crescimento; e

– deformidades ósseas;