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Diagnóstico da doença renal crônica pode ganhar teste rápido; entenda

Diagnóstico da doença renal crônica pode ganhar teste rápido; entenda

O protótipo de um teste rápido que identifica a quantidade de toxinas urêmicas circulando no organismo de pacientes com ..

Redação - domingo, 15 de agosto de 2021 - 06:00

O protótipo de um teste rápido que identifica a quantidade de toxinas urêmicas circulando no organismo de pacientes com doença renal crônica está em desenvolvimento por pesquisadores do Departamento de Patologia Básica da UFPR (Universidade Federal do Paraná).

A tecnologia é um importante aliado para verificar precocemente o estadiamento, ou seja, o grau de disseminação da doença e para subsidiar informações para tratamentos adequados. A doença renal crônica causa a perda gradual da função renal ao longo tempo e é responsável por milhões de mortes todos os anos.

TESTE RÁPIDO PARA DIAGNÓSTICO DE DOENÇA RENAL CRÔNICA

Cientistas resolveram combinar especialidades de dois grupos de pesquisa, aliando o estudo e a caracterização da doença renal crônica à produção de biossensores para o desenvolvimento de um teste rápido, semelhante aos testes de gravidez encontrados em farmácia, que possibilite o monitoramento da doença em pacientes já diagnosticados ou que, por terem casos na família ou comorbidades, como diabetes e hipertensão, possam desenvolver a condição.

A professora do Departamento de Patologia Básica, Andréa Stinghen, pesquisa toxicidade urêmica e explica que é possível dosar, no sangue dos pacientes, produtos finais da glicação avançada um tipo de toxina urêmica ligada à proteína que requer atenção especial, pois pode ser responsável por eventos intracelulares, como estresse oxidativo e inflamação, levando a complicações cardiovasculares.

Na doença renal crônica, o nível da toxina é significativamente aumentado não apenas por causa da elevada produção dessa toxina, mas pela diminuição da eliminação pelo organismo.

“Considerando a importância das condições relacionadas ao aumento dos AGEs circulantes, a detecção, a quantificação e a compreensão dos efeitos citotóxicos desses componentes são importantes na tentativa de desenvolver novas estratégias terapêuticas, visando diagnosticar precocemente a doença e melhorar a qualidade de vida dos pacientes”, revela Andréa.

DOENÇA RENAL: O QUE É?

No Brasil, existem indícios de subnotificação de diagnóstico, porque a prevalência da doença renal crônica, de 50 a cada 100 mil habitantes, é inferior a de países como o Japão (205 por 100 mil). Isso pode significar um contingente grande de brasileiros que morrem sem acesso a tratamento.

Segundo o último censo da SBN (Sociedade Brasileira de Nefrologia), com dados de 2018, a estimativa era de que mais de 133 mil estavam em tratamento de diálise. A taxa de mortalidade anual desse grupo de pacientes foi calculada em cerca de 20% e havia quase 30 mil pessoas na fila de espera por um transplante de rim, o que representa 22% da lista.

Os rins dos pacientes com doença renal crônica perdem a capacidade de filtrar toxinas que deveriam ser naturalmente eliminadas pelo organismo. O acúmulo de toxinas urêmicas na circulação pode levar a quadros inflamatórios e, por isso, quanto mais rápido se tem conhecimento sobre os níveis circulantes desses componentes, mais breve é possível iniciar o tratamento e tentar impedir o avanço de estágio da doença.

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