Paraná registra três mortes por febre maculosa em dez anos
Doença transmitida pelo carrapato-estrela ganhou destaque após surto no interior de São Paulo
O Paraná contabiliza três mortes por febre maculosa nos últimos dez anos, segundo o Ministério da Saúde. Em toda a região sul, foram registrados 497 casos da doença, entre 2012 e 2022. As informações são da BandNews FM Curitiba.
A infecção ganhou destaque após o surto no interior de São Paulo. De acordo com o último boletim, o estado contabiliza, somente neste ano, 19 casos e nove óbitos provocados pela febre maculosa.
A transmissão da doença ocorre por meio do contato com o carrapato-estrela, infectado por uma bactéria específica. De acordo com o médico infectologista e professor universitário Evaldo Stanislau, a febre maculosa não pode ser repassada de uma pessoa para outra.
“Febre maculosa é uma doença infecciosa, transmitida a partir do contato com carrapato, que é o vetor natural da bactéria que causa a doença. Esse contato pode ser feito quando a gente vai em região de campo que tem esse carrapato ou quando entra em contato com animais que têm esse carrapato”.
Os principais sintomas da febre maculosa são muito parecidos com a infecção causada pelo vírus da dengue, zika e chikungunya. A diferença é a aparição de manchas vermelhas na pele, o que não acontece nas infecções causadas pelo mosquito.
“A febre maculosa está descrita principalmente no interior de São Paulo e parte do estado de Minas. Você vai a uma região de campo, vê o carrapato na sua pele, ou mesmo que não tenha percebido, foi a uma região de risco e sentiu um quadro dias depois de dores no corpo, febre, dor de cabeça, manchas vermelhas, procure orientações de médico. Diga ao médico onde claramente você esteve”.
Diante dessa semelhança de aparência dos sintomas da febre maculosa com outras doenças, é fundamental que o paciente repasse ao médico o histórico preciso relacionado ao próprio caso. Essas informações podem encurtar o tempo para o diagnóstico correto da infecção.
“Os sintomas da febre maculosa são parecidos com várias doenças infecciosas. Se a pessoa não alerta o médico da exposição de risco, vamos perder tempo precioso investigando outras doenças. O tratamento da febre maculosa deve ser feito de antibiótico muito especifico. Eventualmente podemos usar outro antibiótico, que é forte, mas não funciona para a febre maculosa”.
O Paraná tem apenas um caso confirmado da febre maculosa, neste ano. O paciente é de Foz do Iguaçu, na região oeste. Outras 43 notificações suspeitas seguem sob investigação, segundo a Secretaria de Estado da Saúde.
