Com o aumento da procura por álcool em gel em todo mundo devido a pandemia do novo coronavírus (Covid-19), pesquisadores da Embrapa Florestas no Paraná demonstraram que é possível utilizar pinus e eucalipto na fabricação desse produto.
Os pesquisadores conseguiram utilizar a nanocelulose do tipo microfibrilada do pinus e eucalipto para atuar como espessante e emulsificante do álcool em gel.
Essa descoberta tem grande potencial, porque o carbopol -principal espessante utilizado para a fabricação do álcool em gel, está em falta no mercado nacional.
O Laboratório da Tecnologia da Madeira da Embrapa Florestas tem utilizado a celulosa branqueda de pinus e eucalipto em um processo de desfibrilação mecânica, resultando em uma suspensão aquosa de nanucelulose que pode substituir o carbopol.
Os pesquisadores da Embrapa Florestas tiveram o auxílio da Klabin, que por meio de sua área de Pesquisa e Desenvolvimento contribuiu com o projeto na produção das nanoceluloses.
“Nossa equipe já testou a formulação em relação à efetividade e estamos seguros da qualidade do produto, pois todos os ingredientes fazem parte do Formulário Nacional da Farmacopeia Brasileira”, explica o pesquisador da Embrapa Washington Magalhães.
Foram enviados 100 litros do álcool antisséptico para postos da Vigilância Sanitária do Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) nos estados do Paraná e Santa Catarina.
O trabalho dos pesquisadores irá seguir para tentar outras nanoceluloses para a fabricação de álcool em gel. A parceria com a Klabin também vai permitir aumento na produção e também na distribuição dos produtos.
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) já flexibilizou as normais para a fabricação de álcool em gel para que diversas empresas e órgãos públicos possam produzir e disponibilizar o produto para a sociedade.