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Sputnik V gera anticorpos contra a variante Manaus, mostra estudo argentino

De acordo com um estudo realizado pelo Instituto de Virologia da Universidade Nacional de Córdoba,  pessoas vacinadas co..

De acordo com um estudo realizado pelo Instituto de Virologia da Universidade Nacional de Córdoba,  pessoas vacinadas com o Sputnik V apresentaram em seu sangue anticorpos capazes de neutralizar a variante do coronavírus de Manaus. A informação divulgada nesta segunda-feira (24) pelo Fundo de Investimento Russo Direto (RDIF) foi publicada pela agência oficial de notícias da Argentina Télam.

O estudo, que avaliou a resposta de anticorpos em 800 amostras retiradas de 285 pessoas na cidade de Córdoba, também concluiu que “há uma boa resposta na produção de anticorpos IgG contra SARS-CoV-2”.

As amostras foram coletadas em três momentos diferentes: um antes da aplicação da vacina (quando possível), outro após a primeira dose da vacina (14º dias), e um terceiro após a segunda dose (42º dia da 1ª dose).

A idade média das pessoas que compõem o estudo foi de 39 anos. A mínima foi  20 anos e a máxima de 65 anos. Dessas, 26,67% (76) já tiveram exposição prévia ao vírus SARS-CoV-2.

O estudo mediu a quantidade de anticorpos IgG totais contra SARS-CoV-2 e também aqueles com capacidade de neutralizar o vírus (AcNT).

Importância da segunda dose da vacina contra covid Sputnik V

De acordo com o relatório do estudo, que teve o apoio do Ministério da Saúde da Província de Córdoba e da Universidade de Córdoba, “no 14º dia após a primeira dose da vacina, 85,5% dos vacinados apresentava anticorpos contra o vírus.No 42º dia, após receber a segunda dose, 99,65% apresentavam anticorpos, sendo apenas um indivíduo negativo ”.

Assim, os pesquisadores concluíram que “os resultados demonstram a importância de se administrar a segunda dose da vacina àqueles que não tiveram exposição prévia ao vírus, já que não só é maior a proporção de indivíduos com anticorpos anti-S IgG totais , mas também que os anticorpos neutralizantes (AcNT) estão significativamente aumentados neste grupo no 42º dia pós-vacinação “.

“Os resultados mostram a importância de administrar a segunda dose da vacina a quem não teve exposição prévia ao vírus.”

Enquanto isso, nos que já tiveram contato com o vírus, a segunda dose poderia ser “dispensada” pelo menos no que diz respeito à resposta da imunidade humoral (geração de anticorpos).

A variante de Manaus

A pesquisa também buscou determinar a capacidade neutralizante contra a variável Manaus, para a qual analisaram plasma correspondente a 157 pessoas. Entre essas análises, havia amostras de indivíduos recuperados de infecção natural pelo SARS-CoV-2 das variantes que circularam na primeira onda (cepa B.1 de tipo selvagem) e de pessoas vacinadas com Sputnik V que tiveram ou não exposição anterior ao vírus.

“Em todas as categorias avaliadas, foi observada a neutralização da variante Manaus”, observou o relatório.  Porém, “algumas amostras com anticorpos neutralizantes contra a cepa B.1 do tipo selvagem foram negativas quando confrontadas com a variante Manaus”, diz.

Os pesquisadores observaram que “os anticorpos mostraram uma capacidade de neutralização significativamente maior contra a variante do tipo selvagem do que contra Manaus nos grupos de pessoas recuperadas da infecção natural por SARS-CoV-2 e em pessoas que haviam sido vacinadas com duas doses, mas não tinham nenhum exposição ao vírus. “

No grupo vacinado com infecção anterior, a diferença entre a capacidade de neutralização contra a variante selvagem e a de Manaus “não foi significativa”, observaram os pesquisadores.

Argentina foi primeiro país latino-americano a vacinar com Sputnik V

Kirill Dmitriev, diretor executivo do Fundo Russo de Investimento Direto (RDIF), comemorou o estudo e lembrou que “a Argentina foi o primeiro país latino-americano a usar o ‘Sputnik V’. E agora vemos que o o uso desse medicamento ajuda a proteger a população não só contra as conhecidas, mas também contra novas variantes do vírus, inclusive a brasileira ”.

De acordo com os resultados dos últimos estudos divulgados pelo RDIF, a eficácia do Sputnik V é de 97,6%. Além disso, reforça o RDIF, “nenhum em dos 250 estudos clínicos realizados ao redor do mundo – ou em sua aplicação à população em um nível massivo – a vacina causou alergias ou efeitos graves”.