(Foto: divulgação)

Surto de Covid atinge 39 cadetes da Academia da Força Aérea em Pirassununga (SP)

Um surto de Covid-19 atinge a AFA (Academia da Força Aérea), em Pirassununga (a 211 km de São Paulo), com 39 cadetes inf..

Um surto de Covid-19 atinge a AFA (Academia da Força Aérea), em Pirassununga (a 211 km de São Paulo), com 39 cadetes infectados atualmente. Eles estão isolados dos demais cadetes e funcionários da instituição.

De acordo com a Aeronáutica, os 39 cadetes cujos exames deram positivo para o novo coronavírus apresentam sintomas leves, não necessitam de internação e estão recebendo acompanhamento médico 24 horas por dia durante o tempo de isolamento.

Pirassununga, cidade de 78 mil habitantes, viu disparar neste ano as mortes provocadas pela Covid-19. Até o início de março, registrava 67 óbitos pela doença. Nesta segunda-feira (19), o número chegou a 166.

Não é a primeira vez que a AFA enfrenta um surto interno entre seus cadetes. No ano passado, num intervalo de um mês, cerca de cem deles tiveram sarampo, o que representava 11% dos 692 cadetes da academia.

A AFA é o maior complexo de ensino da aviação militar do país. No total, 138 militares, sendo 77 aviadores, 43 intendentes e 18 de infantaria, se formaram no último mês de dezembro em Pirassununga -122 homens e 16 mulheres. Um dos formandos é de Senegal.

No local, eles recebem diplomas de graduação em nível superior em áreas como ciências aeronáuticas (aviadores), militares (infantaria) e logística (intendentes). A AFA tem área construída de 215 mil m², dos quais 73.246 m² são de área residencial.

“Os cadetes estão sendo acompanhados em tempo integral pelas equipes de saúde da AFA e todas as medidas preventivas estão sendo constantemente reforçadas e aprimoradas para garantir a máxima segurança para os militares e servidores da instituição”, diz trecho de um comunicado da Aeronáutica enviado à Folha.

De acordo com a AFA, além das medidas previstas no plano de contingência da Aeronáutica, foram implementadas orientações de autoridades sanitárias, em conjunto com o Esquadrão de Saúde de Pirassununga.

“Foram adotados desde procedimentos de desinfecção constante de áreas comuns como alojamentos, salas de aula e viaturas, campanhas de conscientização pelo uso permanente de máscara e higienização das mãos, distanciamento social nas atividades diárias, até ações que impactaram escalas de serviços e formaturas militares, todos a fim de minimizar possíveis novos contágios.”

Segundo a Aeronáutica, a equipe do esquadrão de saúde está fazendo uma busca ativa -com verificação de temperatura, nível de saturação de oxigênio no sangue e acompanhamento constante- com o objetivo de detectar pacientes em início de sintomas para isolamento precoce.

Foi por isso, ainda conforme a Aeronáutica, que houve a identificação do aumento de cadetes com sintomas gripais. “Isso permitiu que a Academia afastasse os cadetes de atividades que pudessem gerar maior risco de propagação, seja pela proximidade física ou pela natureza.”

O avanço da pandemia em Pirassununga fez com que o prefeito Dimas Urban (PSD), que é médico, encerrasse com irritação um vídeo em março em que falava à população dos impactos da pandemia na cidade.

“Para de ser ignorante, pelo amor de Deus. O Covid está aí, e quem não acredita nele é porque é ignorante, ‘zóio’ tapado. Pelo amor de Deus, inferno”, disse o prefeito ao final do vídeo de cerca de 15 minutos.

Ele demonstrou indignação com negacionistas da pandemia e criticou aglomerações formadas na cidade, numa fala que inspirou a operação “Entendeu? Inferno!”, desencadeada nos dias seguintes e que resultou na interdição de 11 estabelecimentos.

Além das 166 mortes provocadas pela Covid-19, Pirassununga já registrou 6.348 casos confirmados da doença. A cidade tem 23 pacientes internados e há 85 pessoas em isolamento domiciliar. As duas mortes mais recentes foram de duas mulheres, de 85 e 39 anos.