Janaina Chiaradia
Foto: DER PR

In loco: transmitindo informações e compartilhando experiências

 

Da série “A Bíblia e a Gestão de Pessoas”

 

A série de hoje, do In Loco, vai nos proporcionar mais uma das lições do mestre, Paulo de Araújo, portanto, aprecie a lição e aprimore seus conhecimentos:

Controle como forma de poder

Willian Schutz, estudioso das relações interpessoais, teorizou afirmando que existem três necessidades humanas que só podem ser satisfeitas em grupo: inclusão, controle e afeição.

Neste comentário vou abordar apenas uma destas necessidades, o controle.

Quando consideramos os aspectos sociológicos da formação de grupos, entendemos a importância das relações interpessoais na construção da cultura das sociedades humanas.

Os parâmetros criados ao longo do tempo, os quais estabelecem normas de conduta, crenças, valores, hábitos e costumes, nascem e se consolidam a partir da intensa interatividade entre os membros do grupo.

Estes não apenas organizam a maneira como os indivíduos se relacionam entre si, mas também, dão identidade ao grupo social.

A importância de cada membro no agrupamento social pode ser percebida à medida em que este grupo é capaz de atender às três necessidades apontadas por Schutz.

No que diz respeito ao controle, objeto das considerações deste comentário, o sujeito ao participar do grupo faz as seguintes perguntas:

O grupo do qual participo está sob o controle de quem?

Quem tem autoridade sobre quem, em que e por quê?

Como posso influenciar este grupo? Como são feitas as decisões? Que poder eu tenho neste grupo?

O evangelista Marcos, no capítulo 10 de seu evangelho, registra um episódio clássico, pedagógico e inspirador, envolvendo Jesus e seu grupo de seguidores diretos.

Dois de seus discípulos mais destacados Tiago e João, fizeram ao seu líder um pedido nada modesto, solicitaram ao mestre que em Seu reino colocasse um à direita e outra à esquerda na cadeia de comando.

O que estes homens estavam buscando, de fato? Poder – eles queriam exercer controle sobre o grupo.

Evidentemente, a reação dos outros dez discípulos foi imediata e de forte indignação. Porém, o líder daquele grupo era Jesus. Ele sabia como tratar cada questão, e o mal-estar criado por Tiago e João serviria para uma das lições mais ricas sobre poder, controle e liderança.

O mestre por excelência sabiamente transformou o erro deles em treinamento.

Os chamou para perto de si e afirmou: “…quem quiser tornar-se grande entre vós, será esse que vos sirva…”

Nessa aula Jesus desenhou e conceituou liderança. Liderar é servir. A principal característica de uma liderança madura, inteligente e eficaz está associada ao quanto ela é capaz de suprir, viabilizar e prover condições para o crescimento de todos, e não em atitudes individualistas e personalistas.

Portanto, o líder não se realiza por intermédio da subordinação de seus seguidores, mas sim, pelo quanto suas habilidades constroem um contexto onde todos são valorizados pela pessoa que são e pelo quanto podem contribuir o bem comum.

Paulo Roberto de Araujo – www.gentecompetente.com.br