Janaina Chiaradia
Foto: Divulgação

In loco: transmitindo informações e compartilhando experiências

 Da série “A Bíblia e a Gestão de Pessoas”

 A série de hoje, do In Loco, vai nos proporcionar mais uma das lições do mestre, Paulo de Araújo, portanto, aprecie a lição e aprimore seus conhecimentos:

Resiliência – transformar adversidades em aprendizagem

Resiliência é um conceito da física que foi incorporado pela psicologia, a fim de explicar o comportamento humano frente às pressões da vida. Sendo assim, ela é definida como a capacidade do indivíduo lidar com problemas, superar obstáculos ou resistir à pressão de situações adversas – choque, estresse, etc. – sem entrar em surto psicológico.

Uma dúvida que permeia os estudiosos deste assunto é se a capacidade de resiliência é algo nato nos indivíduos, o que os torna naturalmente preparados para superar as adversidades, ou se ela pode ser aprendida e adquirida na medida em que o indivíduo é submetido a diversas situações de pressão.

Penso que ainda não temos uma resposta definitiva para esta questão. Entre os relatos bíblicos sobre situações vividas por seus personagens, temos um que é exemplar para este tema – a história de José, filho de Jacó.

A narrativa encontra-se no livro de Gênesis nos capítulos 37 e 39-47. É uma história ímpar. José foi o penúltimo filho homem de Jacó gerado por Raquel, a mulher que ele amou apaixonadamente.

Numa dessas tragédias da vida, Raquel morre ao dar à luz Benjamim, segundo filho que ela gerou de Jacó. A morte prematura dela fez com que Jacó concentrasse sua atenção e preferência por José.

Isto gerou ciúmes nos outros filhos, os quais foram gerados por outras mulheres que Jacó teve. O ciúme dos irmãos de José se transformou em ódio, a ponto deles planejarem matar José. Porém, não o fizeram, mas decidiram vender o próprio irmão como escravo.

As adversidades que iriam testar a resiliência de José tiveram início: sua mãe morrera, seus irmãos o odiavam, foi vendido como escravo e afastado de seu pai. Levado para o Egito ele foi comprado pelo capitão da guarda de Faraó. José se mostrou muito capaz em suas tarefas, a ponto de seu senhor fazê-lo administrador de sua casa e de todos os seus bens.

O jovem José estava conseguindo superar as dificuldades impostas pela vida. Porém, a esposa de seu senhor passou a assediá-lo sexualmente. A recusa de José em ceder às investidas dela levaram-na a caluniá-lo, dizendo que ele era quem a assediara. Evidentemente seu esposo acreditou nela e mandou prender a José. Isto custou a ele muitos anos de um encarceramento injusto. Mais uma vez a capacidade de resiliência do filho de Jacó fora testada. Será que ele suportaria outro revés? A história diz que sim.

Depois de muitos anos o rei do Egito teve um sonho, onde sete vacas magras devoravam sete vacas gordas, e sete espigas mirradas comiam sete espigas saudáveis. Informado de que havia nas prisões do Egito um hebreu que possuía a habilidade de interpretar sonhos, Faraó manda chamá-lo.

Após interpretar o significado do sonho do rei do Egito, dizendo que haveria sete anos de fartura e sete de escassez, ele dá sugestões ao rei egípcio de como se preparar para o que estava por vir. Diante da iniciativa de José, Faraó o faz governador do Egito.

De um jovem que perdera a mãe muito cedo, fora odiado por seus irmãos a ponto de ser vendido por eles como escravo; obrigado a viver em uma cultura muito diferente da sua, ser assediado e caluniado pela esposa do patrão; preso injustamente por longos anos acusado de um crime que não cometera, agora superara todas as adversidades e se tornava um homem poderoso e influente.

Como ele não rompeu psicologicamente diante de tantas adversidades? Como conseguiu suportar até que sua sorte mudasse?

Ele, sem dúvida, foi uma pessoa resiliente.

Sua fé, seus valores pessoais, sua estrutura psicológica e emocional firme e equilibrada fizeram com que fosse capaz de transformar as adversidades em aprendizagem.

Paulo Roberto de Araujo – www.gentecompetente.com.br