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Bosque de Curitiba reduz a temperatura em até 4ºC
Daniel Castellano/SMCS

Bosque de Curitiba reduz a temperatura em até 4ºC

Retenção da radiação pelas árvores é responsável pela diminuição

Mirian Villa - quarta-feira, 20 de dezembro de 2023 - 10:40

Um bosque de Curitiba foi cenário de um estudo de três anos, com objetivo de avaliar a temperatura e o fluxo de gases de efeito estufa. Um dos destaques é para a redução da temperatura média no interior da floresta, de até 4ºC – quando comparada com áreas externas próximas ao Bosque Reinhard Maack.

Os dados reforçam a importância dos remanescentes florestais urbanos para o enfrentamento de mudanças climáticas, diante das altas emissões de gases de efeito estufa nas cidades. O bosque Reinhard Maack é um remanescente de Floresta Ombrófila Mista (FOM), também conhecido como floresta com araucária ou pinheiral, localizado ao sul da capital paranaense.

Em 1989, ano de sua implantação, o principal objetivo era a promoção da educação ambiental. “O alto grau de conservação desse bosque, aliado ao fato de estar localizado em uma região onde os remanescentes florestais nativos e arborização urbana são escassos, foi um dos motivos da escolha”, explica Marcos Rachwal, responsável pela pesquisa.

Embrapa/Adaptado de IPPUC (2019)

As temperaturas no local foram monitoradas entre abril de 2019 e junho de 2022, em quatro locais preestabelecidos: na rua externa ao bosque, no estacionamento externo, na borda próxima à entrada da trilha, e no interior da mata. A presença de árvores no estacionamento, e mesmo na borda da mata nativa, amenizou a temperatura do ar observada na rua, em mais de 1 ºC, em praticamente todas as estações.

De acordo com os pesquisadores, é perceptível um padrão de redução da temperatura à medida que a mata nativa se torna mais próxima. Isso se deve à interceptação da radiação pela copa das árvores, que converte a energia em calor, proporciona sombreamento e assim reduz as temperaturas das superfícies dos objetos sombreados.

“Esses mecanismos são exemplos de como os ecossistemas florestais urbanos atuam em diferentes esferas no enfrentamento às mudanças climáticas, seja para atenuação da temperatura e conforto térmico, ou para infiltração e armazenamento de água no solo. Esses aspectos justificam a necessidade de políticas públicas que estimulem a conservação e ampliação desses espaços, visando atenuar os impactos da mudança do clima”, destaca Rachwal.

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