Os outros condenados são Luiz Eduardo de Oliveira e Silva (irmão de Dirceu), por corrupção passiva e lavagem de dinheiro; e os empresários Eduardo Aparecido de Meira, por lavagem de dinheiro e associação criminosa; e Flávio Henrique de Oliveira Macedo, por lavagem de dinheiro e associação criminosa.
Foram absolvidos Paulo Cesar Peixoto de Castro Palhares e Carlos Eduardo de Sá Baptista por falta de provas. Duque foi absolvido do crime de lavagem de dinheiro.
José Dirceu está preso, no Complexo Médico-Penal, em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba desde 2015. Em agosto daquele ano, ele foi detido na deflagração da 17ª fase da operação, batizada da "Pixuleco".
Por meio de nota, a defesa de Dirceu, advogado Roberto Podval afirmou que "estão matando" o ex-ministro. Veja na íntegra:
"Hoje não se julga mais os fatos e sim o nome de quem aparece na capa do processo. Estão matando o Ze Dirceu. E mais fácil matá-lo que admitir sua inocência. Espero com a teimosia dos burros que nossos juízes voltem a julgar se guiando pela constituição e não pela opinião pública. "
José Dirceu na Lava Jato
O ex-ministro da Casa Civil também já foi condenado na Lava Jato a 20 anos e dez meses de prisão por crimes como corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
A pena, originalmente, era de 23 anos e três meses de prisão. Porém, em junho do ano passado, o juiz Sérgio Moro aceitou o pedido da defesa e reduziu a pena do ex-ministro em dois anos e cinco meses. No despacho, o magistrado considerou como atenuante a idade de Dirceu, que está com 70 anos.
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O Ministério Público Federal (MPF) sustenta que os crimes investigados na 17ª fase, a Pixuleco, envolveram 64 atos de lavagem de dinheiro, que somam mais de R$ 60 milhões. De acordo com a denúncia, só Dirceu teria recebido, pelo menos, R$ 11 milhões em propina a partir de acordos firmados com a Petrobras.
Operação Vício
No dia 29 de junho, Moro recebeu a denúncia do MPF contra o ex-ministro, e também contra o ex-diretor da Petrobras, Renato Duque, que também já foi condenado em processos anteriores da Operação Lava Jato. A denúncia diz respeito à condenação desta quarta-feira (8), da 30ª fase da operação, batizada de "Operação Vício", e aponta que Duque ajudou uma empresa de tubos a fechar contratos com a Petrobras e, para isso, recebeu R$ 7 milhões em propina. Parte do valor foi repassado ao núcleo político capitaneado por José Dirceu. “Assim, cerca de 30% dos valores recebidos por Júlio Camargo, o que equivale a R$ 2.144.227,73, foram transferidos ao ex-ministro da Casa Civil”, diz o MPF.