
Defesa reitera que impedir nomeação de Lula à Casa Civil foi erro histórico
Mariana Ohde
15 de fevereiro de 2017, 08:03
Rafael Neves, Metro Jornal Curitiba Cinco investigados por uma suposta sabotagem à Lava Jato tiveram seus indiciamentos ..
Narley Resende - 15 de fevereiro de 2017, 09:02
Rafael Neves, Metro Jornal Curitiba
Cinco investigados por uma suposta sabotagem à Lava Jato tiveram seus indiciamentos revogados nesta semana, após a Justiça considerar que as investigações estão paradas.
Três policiais federais e dois advogados ligados à Odebrecht foram indiciados, em abril do ano passado, por suspeita de produzirem um “dossiê” com informações falsas sobre a Lava Jato para desacreditarem a operação.
O próximo passo no caso seria uma eventual denúncia contra o grupo à Justiça, mas o juiz Marcos Josegrei da Silva, da 9ª Vara Federal de Curitiba, atendeu à reclamação da defesa de um dos indiciados, o ex-policial federal Rodrigo Gnazzo.
O ex-agente relatou dificuldade para arranjar outros empregos por estar “com a pecha de indiciado” em uma investigação paralisada. Josegrei revogou o indiciamento dele e, por extensão, dos demais suspeitos.
Por ora, o caso está “trancado”, mas pode ser reaberto a pedido da PF ou do MPF (Ministério público Federal do Paraná). O MPF havia se posicionado contra a revogação. Ontem a Corregedoria da PF ouviu, em Curitiba, envolvidos na questão, mas o teor dos depoimentos não foi confirmado.
O caso
Esta investigação vem desde o final de 2014 e apurava dois fatos em separado: a instalação de uma escuta na cela do doleiro Alberto Youssef na PF, descoberta em abril daquele ano, e uma matéria jornalística que mostrava delegados da for- ça-tarefa da Lava Jato atacando os ex-presidentes Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva nas redes sociais durante a campanha eleitoral.
Para os investigadores, o grupo apoiado pela Odebrecht estava por trás de ambas as ações. Essa hipótese foi reforçada em julho de 2015, quando Marcelo Odebrecht foi preso e os agentes encontraram, em um celular apreendido, a mensagem “trabalhar para para/anular (dissidentes PF)”.
Em outubro de 2015, quando depôs à Justiça pela primeira vez, Odebrecht havia negado – por escrito – que a anotação fosse uma tentativa de manipular a investiga- ção: significaria apenas que o departamento jurídico da empresa acompanhava as notícias na imprensa sobre “uma briga interna” na PF e apurava se haveria ilegalidades nessas questões.
Em nota, a Odebrecht informou que “não se manifesta sobre decisões judiciais referentes a terceiros”.