
Prisões vencem hoje e detidos na 42ª fase prestam depoimento à PF
Andreza Rossini
31 de julho de 2017, 09:52
O Banco Central do Brasil (Bacen) protocolou, na tarde desta segunda-feira (31), no sistema eletrônico da Justiça Federa..
Fernando Garcel - 31 de julho de 2017, 14:51
O Banco Central do Brasil (Bacen) protocolou, na tarde desta segunda-feira (31), no sistema eletrônico da Justiça Federal do Paraná o bloqueio de bens do ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobras Aldemir Bendine. Ao todo, o investigado da 42ª fase da Lava Jato teve R$ 3.417.270,55 bloqueados. O pedido partiu do Ministério Público Federal (MPF) e aceito pelo juiz federal Sérgio Moro.
Além de Bendine, os bloqueios afetaram as contas da empresa MP Marketing, Planejamento Institucional e Sistema de Informação Ltda e de seus supostos operadores de propina, André Gustavo Vieira da Silva e Antônio Carlos Vieira da Silva Júnior. O primeiro teve mais de R$ 637 mil bloqueados e o segundo R$ 18,3 mil.
A empresa de marketing seria controlada por André Gustavo Vieira da Silva. Segundo os investigadores, a empresa é “de fachada” e nunca teve quadro de funcionários.
O ex-presidente do BB e da Petrobras presta depoimento à Polícia Federal (PF) na tarde desta segunda-feira (31). As prisões temporárias, determinadas pela Justiça, vencem hoje. A prisão pode ser prorrogada por mais cinco dias ou convertida para prisão preventiva, sem prazo definido para deixar a prisão. Os pedidos de prorrogação podem ser feitos pelo MPF ou pela PF. A decisão final é do juiz Sérgio Moro.
O valor bloqueado equivale à propina que Bendine teria recebido da Odebrecht. As investigações apontam que os R$ 3 milhões teriam sido entregues em espécie em três parcelas, cada uma de R$ 1 milhão. O repasse teria acontecido em um apartamento em São Paulo, alugado por Antônio Carlos.
De acordo com a força-tarefa da Lava Jato, os pagamentos foram efetuados em 2015, nos dias 17 e 24 de junho e 1º de julho pelo Setor de Operações Estruturadas, que o departamento de propinas da empreiteira.
O ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobras foi preso na última quinta-feira (27) suspeito de ter recebido R$ 3 milhões em propinas da Odebrecht. De acordo com a Polícia Federal, ele realizou pagamento de impostos sobre o valor da propina para dificultar as investigações.
Um dos argumentos que levaram o Ministério Público Federal a pedir a prisão preventiva de Bendine foi a compra de uma passagem só de ida para Portugal por parte do investigado. À petição, os advogados do ex-presidente da Petrobras anexaram o bilhete de volta adquirido por Bendine, com data marcada para 19 de agosto pedindo a revogação da prisão.
Em fevereiro de 2015, na véspera de assumir a Petrobras, Bendine teria pedido os R$ 3 milhões para não prejudicar a Odebrecht em contratos com a estatal e também para “amenizar” os efeitos da Lava Jato. Naquele momento, a operação estava prestes a completar um ano. O valor foi repassado em três entregas em espécie, de R$ 1 milhão cada, em São Paulo.