Denúncia do Ministério Público Federal
O ex-presidente é apontado como o responsável por comandar uma estrutura ilícita para captação de apoio parlamentar, baseada na distribuição de cargos públicos e na Administração Pública Federal. Segundo a denúncia, o esquema ocorreu nas diretorias mais importantes da estatal, com a nomeação de Paulo Roberto Costa e Renato Duque, para as diretorias de Abastecimento e Serviços da Estatal.
No esquema, os diretores geravam recursos que eram repassados para enriquecimento ilícito do ex-presidente, dos agentes políticos e das próprias agremiações, que participavam do loteamento dos cargos públicos e para campanhas eleitorais.
A denúncia aponta que nesse esquema, a propina era equivalente a 2% e 3% dos oito contratos firmados entre a construtora e a Petrobras, totalizando R$ 75 milhões em dinheiro ilícito. O valor foi repassado para partidos políticos que sustentavam o governo de Lula, como o Partido dos Trabalhadores (PT), o Partido Progressista (PP) e o Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB).
De acordo com o MPF, parte da propina seria paga pela Odebtecht através da aquisição de um terreno para a instalação de uma nova sede para o Instituto Lula, em setembro de 2010, em negociação intermediada pelo então deputado federal Antonio Palocci, com auxílio do assessor Branislav Kontic, que mantinham contato direto com Marcelo Odebrecht. O valor total com compra e manutenção do imóvel foi estimado em R$ 12 milhões.
A denúncia foi elaborada com base em depoimentos, documentos apreendidos, dados bancários e fiscais bem como outras informações colhidas ao longo da investigação, todas disponíveis nos anexos juntados aos autos.