
Ex-presidente da Queiroz Galvão preso na Lava Jato desembarca em SP, onde faz tratamento contra câncer
Jordana Martinez
30 de agosto de 2016, 14:52
O Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) encaminhou nessa segunda-feira (29) ofício ao Supremo Tribunal Federal ..
Narley Resende - 30 de agosto de 2016, 18:01
O Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) encaminhou nessa segunda-feira (29) ofício ao Supremo Tribunal Federal (STF) com informações sobre a campanha de 2014 da senadora Gleisi Hoffmann e da prestação de contas do PT, quando Gleisi concorreu ao governo do Estado.
O ofício é assinado pelo desembargador Luiz Fernando Tomasi Keppen, presidente do TRE. Por se tratar de uma senadora da República, com foro privilegiado, o TRE não tem autonomia para encaminhar sem autorização do STF os documentos caso sejam solicitados por investigações.
Segundo o TRE, a maior parte das informações é pública, mas por conta de processos em andamento na Operação Lava Jato é necessário trâmite no Supremo. O ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no STF, deve avaliar as informações do Tribunal Eleitoral.
A assessoria do TRE informou que não houve solicitação das informações e que o Tribunal enviou após tomar conhecimento de procedimento investigatório envolvendo a campanha da senadora.
O processo contra a senadora no STF é sigiloso, assim como todos os que envolvem políticos com mandato na Lava Jato.
Custo Brasil
Responsáveis pela coordenação jurídica das campanhas de Gleisi - em 2008, 2010 e 2014 - são acusados de receber R$ 7,2 milhões de empresas suspeitas de participarem do esquema de corrupção.
O dinheiro teria sido pago pela empresa de tecnologia Consist que prestou serviço ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, e que contratou escritórios do advogado Guilherme Gonçalves paralelamente. Gonçalves foi responsável jurídico por campanhas de Gleisi. Ele chegou a ser preso na Operação Custo Brasil, em junho.
Gleisi já disse que não existe nenhuma relação entre pagamentos da Consist ao advogado Guilherme Gonçalves e as suas campanhas eleitorais.
Denúncia adiada
Na semana passada, a Segunda Turma do STF adiou o julgamento sobre uma denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Gleisi Hoffmann e o marido dela, o ex-ministro do Planejamento e das Comunicações, Paulo Bernardo. O julgamento havia sido marcado para esta terça-feira, dia 30.
A nova data ainda não foi definida. O inquérito foi retirado da pauta no início da semana, após pedido do ministro Teori Zavascki para evitar questionamentos sobre a nulidade do julgamento. No momento da sessão, a senadora estava no julgamento, no Senado, que decidirá sobre o afastamento definitivo da presidenta Dilma Rousseff.
Em maio, Gleisi e Paulo Bernardo foram denunciados ao Supremo sob a acusação de terem recebido R$ 1 milhão para campanha da senadora em 2010.
De acordo com depoimentos de delatores na Operação Lava Jato, o valor é oriundo de desvios de contratos da Petrobras. Ambos foram citados nas delações do doleiro Alberto Youssef.
Em documento encaminhado ao Supremo, a defesa dos dois diz que as acusações são “meras conjecturas feitas às pressas” em função de acordos de delação premiada.