Coisas que não carecem 

Coisas que não carecem 

Alceo Rizzi

Gabinete Institucional da Presidência, comandado pelo general Augusto Heleno, aquele mesmo, da reserva, que fazia troça com o Centrão e  cantarolava com pretensa indignação ” se gritar pega ladrão…”, está cada vez mais dando mostras de serventia. Não tem sossego.  Muito trabalho.

Agora com a colocação de selo de sigilo por 100 anos das conversas que seu equilibrado patrão e presidente manteve, em várias audiências reservadas,  com aqueles pastores evangélicos que atuavam no Ministério da Educação em troca de favores e pecúnios  da pasta por barras de ouro e outras propinas.

Por alguma estranha devoção ou Fé Santa, o bravo militar agora  protege a todos com o sigilo secular da revelação de suas religiosas confabulações. Sem constrangimento.

Nem o terrivelmente evangélico ministro indicado para o STF pelo presidente, também pastor, se ajoelha nesta reza. Deu 10 dias para a presidência explicar as razões do selo.

Não ousou plagiar o bravo militar de um passado recente em  sua bravata, e cantarolar a mesma música.  Tem coisas que não mais carecem,  são inapropriadas e inoportunas. Não há qualquer suspeita.

Ninguém mais duvida que as conversas havidas nada mais eram que preces feitas em conjunto, na espécie de oratório em que se transformou a presidência da República. 

Alceo Rizzi é jornalista