Evangélicos e o risco da intolerância religiosa
Evangélicos e o risco da intolerância religiosa
Alceo Rizzi
Talvez esteja na hora de os verdadeiros devotos evangélicos, decentes e com discernimento, que prestam culto religioso de boa-fé, criarem movimento de resistência contra o que acontece com eles. Provavelmente nunca a história do país a denominação de evangélicos como identidade religiosa se transformou, como agora, em paradigma de repulsa para um grande e expressivo universo da população. E talvez nunca, em qualquer tempo antes, suas congregações tenham se transformado, em sua maioria mais vistosa, em espécie de sinônimo de trambicagens e de vasta gama de delinquências, usadas como escudos para crimes e abrigos de gângsters e estelionatários de toda naipe, gente que apenas se traveste de pastores, são apenas sicários e proxenetas na arte abjeta de iludir e enganar a fé ingênua. Prestam-se a instrumentos de estímulo a eventual gênese, a algum ovo de serpente de intolerância religiosa, que já se manifesta esporadicamente hoje em atos praticados por estúpidos ensandecidos e raivosos, que atacam outras expressões de cultos religiosos. Fazem com que sejam arrastados, por sua crença genuína de bons propósitos de fé, ou por expressiva e parva ignorância, a emprestarem simpatia ou pretenso apoio a criminosos ainda mais perniciosos ao país. Gente do mais raso extrato humano em dignidade, bandidos da apologia e do culto ao ódio e à violência, como a horda instalada no governo do País. Gente de índole criminosa, que se associa às gangues de ditos pastores, estelinatários que já não se contentam mais em apenas pungar as carteiras de quem os segue. Roubam aos poucos também a dignidade e qualquer sentido que haja de decência e de respeito de quem, de boa fé, ingenuamente ainda se devota em honesta crença religiosa. Sem que surja resistência marcante dentre evangélicos honrados mais difícil reverter o estigma de conceito execrável que se avoluma a cada dia, em extensa parcela de um país que procura se redimir de si mesmo. E que ja se basta em intolerâncias.
Aleo Rizzi é colunista do Paraná Portal
Os artigos aqui publicados são de responsabilidade de seus autores