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Greca diz que iluminação é eficiente, mas quer vender parque de luz de Curitiba por R$1 bi

Greca diz que iluminação é eficiente, mas quer vender parque de luz de Curitiba por R$1 bi

Como entender a contradição entre o que Greca diz, fazendo propaganda e marketing político, e a “obsessão” que ele e seu grupo mostram por essa bilionária licitação.

Redação - quarta-feira, 18 de maio de 2022 - 12:56

 

Por Aroldo Murá

Como entender a contradição entre o que Greca diz, fazendo propaganda e marketing político, e a “obsessão” que ele e seu grupo mostram por essa bilionária licitação que passará a iluminação pública a um grupo econômico?

Contradições são partes essenciais do dia a dia do alcaide Greca… E ele, a esta altura da vida, aos 65 anos, já “calcificou” comportamentos erráticos…

Na quarta-feira passada (11), o prefeito Rafael Valdomiro Greca de Macedo publicou em sua rede social que o parque de iluminação de Curitiba encontra-se modernizado, com mais de 50% de lâmpadas de LED, equipamento mais durável e eficiente.

O cacarejo de Rafael Greca indica a falta de detalhamento da bilionária licitação para a Concessão da iluminação Pública de Curitiba. A pergunta que se faz  é a seguinte : se o serviço de  iluminação pública é tão eficiente quanto faz crer o alcaide de Curitiba, quais são os verdadeiros motivos para repassar toda a arrecadação da COSIP para um grupo de empresas explorar os espaços de iluminação de Curitiba?

SÓ LUCRO, UMA CERTEZA

Um engenheiro aposentado da prefeitura aponta  que o Município de Curitiba promoveu a revitalização da iluminação como anunciado por Greca e investiu em renovação das luminárias por LED, esse investimento foi subestimado na licitação, quem ganhar vai deixar de investir e passará desde o início do contrato a lucrar com o dinheiro pago dos contribuintes. É um baita negócio que todo mundo quer pôr a mão.

A grosso modo o que Greca quer fazer, lembra o que foi feito na concessão dos pedágios do Paraná: primeiramente o poder público recuperou toda a malha viária e depois a entregou para as empresas de pedágio.

“Em plena crise, com inflação alta, aumento da conta de luz, Curitiba poderia ter o valor da COSIP , taxa cobrada pela iluminação reduzida, diminuindo o valor da conta de luz; mas isso não interessa à Prefeitura de Rafael Greca de Macedo! O que interessa é garantir um negócio de 20 anos”, observa um técnico da Câmara Municipal, em entrevista a dona Matilde da Luz, “a mordoma de Curitiba”, cujos olhos e lógica fazem a entourage de Greca tremer…

RELEMBRE O ASSUNTO:

Dias atrás, publicou-se uma minuta do edital de licitação da iluminação pública. Chama atenção que o valor do contrato é “estimado” em R$911.978.366,20 (novecentos e onze milhões, novecentos e setenta e oito mil e trezentos e sessenta e seis reais e vinte centavos); quase um bilhão de reais…

Segundo o engenheiro da iluminação pública, GFC, que pede que se omita seu nome, este valor superará facilmente o R$1 bilhão. E garante o expert: “O nível de projeto de detalhamento desta licitação é pior que o da Linha Verde, estando sujeito a constantes  pedidos de reequilíbrio financeiro futuros”. Uma história que Curitiba conhece bem e que tantos prejuízos traz à cidade.

COMO PASSARÁ DE R$1 BILHÃO?

Primeiramente, deve-se lembrar que Rafael Valdomiro Greca de Macedo não está passando a gestão da iluminação para a futura concessionária; na verdade, está passando toda a infraestrutura existente, inclusive com parte já implantada de lâmpadas de LED. Hoje isto é patrimônio do município, adquirido com tributos municipais.

“Nos documentos colocados à consulta pública inexiste detalhamento de projeto que promova um  inventário consistente, detalhado e qualitativo do parque de iluminação”, observa um homem público ainda ligado ao MDB, que alega proximidade com Greca, “fortalecida nos tempos em que ele esteve conosco e com o governador Requião”.

A rede de iluminação Curitiba se estende por quase toda a cidade. Assim, o que está em jogo é a exploração de outros serviços como rede de comunicação de Curitiba. O projeto não estima, muito menos, as despesas acessórias.

Aroldo Murá é jornalista e edita o Blog do Aroldo

 

 

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