Pedro Ribeiro

Ao colocar seu nome como candidato à Presidência da República, o ex-juiz federal, Sergio Moro, sabia que enfrentaria inimigos fortes pela frente, tanto da guerrilha bolsonarista, como da militância petista. Depois de vários questionamentos sobre seus ganhos financeiros como consultor, Moro, enfim, promete divulgar seus proventos na consultoria Alvarez & Marsal.

O interesse, neste momento crítico, onde o PT pretende pedir instalação de CPI, de esclarecer esses questionamentos é somente de Sergio Moro. Tem que colocar em pratos limpos e de forma transparente as condições de seu contrato de trabalho na consultoria americana e que, coincidentemente, foi responsável pela administração judicial de empresas condenadas por ele na Operação Lava Jato.

Se Moro não se pronunciar não sairá desta zona de desconforto e nem lhe assegura credibilidade quando se sabe que a mesma banca onde atuou como consultor recebeu mais de 60% de seu faturamento nos últimos anos provenientes de empresas condenadas por Moro. É como aquela histórica frase, mesmo eventualmente inapropriada, atribuída à conduta da mulher de César, a de que não basta ser honesta…