Pedro Ribeiro

Depois de convivermos com a insanidade de um presidente que ainda insiste em dar passe livre às pessoas, incentivando-as a saírem às ruas com o pretexto do trabalho, pouco nos resta a não ser esquecer o ano de 2020.

Esse mesmo governo que dá de ombros à vacina da covid, como se não bastasse mais de 160 mil mortes, mostra, em dois anos de mandato, sua incapacidade como gestor público e ainda zomba dos brasileiros como humorista de peças de horror. Sim, só nos resta sonhar com um 2021 melhor.

O jornalista e amigo Alceo Rizzi, dos ricos anos do jornalismo da Gazeta Mercantil, nos traça um panorama futuro em artigo enviado a esta coluna.

“Que reste de 2020 apenas os exemplos de dignidade estampados no sofrimento dos combatentes de linha de frente, médicos, enfermeiros, instrumentistas de ofício, ou na menina de cinco anos que motiva a mãe e faz de seu desejo de Natal um piquenique singelo com os garis que recolhem o lixo de rua de sua casa modesta, em bairro popular de Curitiba, o Sítio Cercado.

Uma fresta de esperança de Fé na condição humana. Gente com sentimento de pertencimento, que não trata a vida ou doença com descaso, não se personaliza em nudez sensuais de falsos estrelatos que se vulgarizam nas redes sociais, não adota criança negra como troféu para exibi-lo em pretensa magnificência, pueril e frágil, de solidariedade e de anti-racismo.

Que sejam eles os talentos que não percebem ser e sementes do Ano que se aproxima e façam de 2020, com toda sua tragédia e perversidade, pandêmica e de irracionalidade, um pesadelo que está chegando ao fim.

Um Ano Novo de esperança a todos. Que homem não seja o lobo do homem, apesar de esforços contrários. Como se resume no exemplo simplório da inocente Luiza Paixão, a menina do Sítio Cercado, cujos nomes, dela e do bairro, identificam, em irônica simbiose a realidade, junto com o desejo de se ter um país.. Salve, Luiza, de Paixão bem-vinda!!!!”.