Pedro Ribeiro
(Foto: Pressfoto/Freepik)

 

 

Hoje abro este espaço para contar um episódio bizarro que aconteceu em uma cidade do interior do Estado de São Paulo. A cidade, com pouco mais de 200 mil habitantes, é conhecida pelo grande comércio de produtos alimentícios, dada à sua peculiariedade de produtos do agronegócio, principalmente a comercialização de bovinos e grãos. É, portanto, um município rico.

Entre as atividades do comércio local, se destaca a compra, venda, e consignação de veículos, principalmente automóveis de luxo e camionetes.

É aqui que começa nossa história:

Um empresário local, dono de uma destacada loja de automóveis, acaba de adquirir, de um fazendeiro, uma caminhonete 4×4 da marca Ford. Depois de fazer uma minuciosa avaliação externa do veículo, o empresário realizou o negócio e mandou que funcionários da loja fizessem uma lavagem e limpeza geral do produto.

Um funcionário, ao abaixar um dos bancos traseiros do  veículo levou um baia susto e saiu correndo, gritando que havia uma cobra la dentro. Foi um corre-corre.

O dono da concessionária, cidadão da cidade, sem experiência do campo e muito menos para lidar com o perigo réptil, não teve dúvidas e telefonou para um amigo militar para uma obter orientação no sentido do que fazer com a inusitada situação.

O militar, conhecido nas rodas de amigos como “Posto Ipiranga”, aquele que quebra o galho de todo mundo, disse ao amigo para que ele pegasse um cabo de vassoura e tirasse a cobra de dentro do veículo. E ainda alertou: cuidado e não mate o bichinho senão o pessoal das Ongs vão de processar.

O jovem dono da loja disse que não tinha coragem para fazer isso. O militar então pediu para que ele telefonasse a um colega de corporação especializado na captura de animais, desde cobras até onças, pois era da Polícia Florestal.

Opa! disse o jovem empresário que imediatamente falou com o militar especializado que, prontamente, mobilizou parte da corporação do Corpo de Bombeiro, com duas viaturas e uma ambulância. Cuidadoso, solicitou também apoio de especialistas do Instituto Butantan, que entendem desse tipo de animal.

Enquanto isso, a loja foi recebendo curiosos e já havia perto de 50 pessoas – a maioria de máscaras – olhando atentamente para o veículo e na esperança de que o bicho aparecesse.

A corporação ao chegar no local fez um cerco com fitas amarelas para separar o povo do veículo e  um soldado altamente especializado em pegar cobras pelo rabo ou cabeça, disse: deixa para mim e entrou dentro do carro a procura da bichinha.

Passados 30 longos segundos, vem o soldado com o animal na mão e todo sem jeito, desenxavido: Pessoal, não tenham medo. É uma cobrinha de borracha.

Moral da história: a pandemia está deixando todo mundo louco.