Pedro Ribeiro

Por Clésio Andrade

O presidente Bolsonaro tem todas as condições de fazer um ótimo governo. O projeto liberal que o elegeu é o melhor que o Brasil já teve; a equipe de ministros é muito boa e o presidente, além de ser honesto, quer o bem dos brasileiros. No entanto, há algumas pedras no meio do caminho.

As pesquisas de opinião estão mostrando perdas consideráveis na popularidade e nas intenções de voto para reeleição do presidente Jair Bolsonaro. Goste ou não desses resultados, Bolsonaro precisa aceitar que eles refletem a desesperança com o desemprego, a fome, a revolta com a demora da vacinação contra Covid 19 e a tristeza de milhões de famílias que perderam entes queridos. E tem outros motivos: a população está cansada do falatório de Bolsonaro, dos seus rompantes agressivos e da sua inabilidade para agir politicamente.  Cada vez que ele abre a boca, perde mais votos.

O presidente Jair Bolsonaro, embora muito bem intencionado, está alienado em suas convicções e entorpecido pelas ilusões do poder. Ou ele muda seu comportamento e o rumo do governo, ou corre o risco de nem chegar ao segundo-turno das eleições de 2022. Seria uma pena, pois o governo tem tudo para resolver os problemas imediatos do país e para elevar o Brasil a um novo patamar de desenvolvimento econômico e social.  Não podemos perder esta oportunidade.

Bolsonaro tem que acordar e só precisa fazer duas coisas: parar de criar conflitos e desconfianças com suas falas destemperadas e deixar o ministro da Economia Paulo Guedes tocar um rápido e maciço programa de privatizações. Se fizer isso, Bolsonaro tira o Brasil da crise e se reelege para um segundo mandato de aprofundamento do liberalismo econômico para tornar o Brasil um país moderno e competitivo.

Nós precisamos dar um salto semelhante ao que fez a Alemanha após a derrubada do muro de Berlim. Na reunificação, para tirar o lado comunista da fome e do atraso, o governo alemão fez o maior e mais rápido programa de privatizações da história. Eles deixaram para trás o esquerdismo estatal, privatizaram tudo e, em pouco tempo, se tornaram a grande potencia mundial que a Alemanha é hoje.

A estimativa é de que as privatizações das estatais brasileiras podem render algo em torno de R$ 1 trilhão para serem investidos na modernização da infraestrutura nacional e na geração de emprego e renda para a população.

A venda de empresas públicas caras e ineficientes também dará condições para que o governo crie o Fundo Brasil proposto por Paulo Guedes. Trata-se de um fundo que concentraria parte de ações de estatais, conforme temos defendido, sendo usado para fazer uma forte transferência de renda para a população mais pobre.

Além de gerar renda para as famílias, este fundo social é uma forma criativa de acelerar o projeto de privatização de estatais que teriam seu valor de ações remanescentes duplicados. Este sim é o projeto fundamental para mudar o padrão brasileiro de desenvolvimento e para garantir a reeleição ao presidente Bolsonaro.

Se não for por este caminho, podemos esquecer o projeto liberal e a chance inédita, que temos nas mãos, de abrir o Brasil para o Século 21.

Se o presidente Bolsonaro não cair na real e não corrigir os rumos do governo agora, realizando as privatizações e também as reformas que prometeu, a população sofrida não perdoará seus erros.

Bolsonaro sentirá nas urnas o peso da indecisão e o troco da demora. Vai perder a reeileição e será o maior cabo eleitoral da esquerda, que voltará triunfante para submeter o Brasil a mais um longo período de atrasos e retrocessos.

Chegou o momento da escolha, presidente. O Brasil precisa de sua decisão firme, agora! Privatize tudo, controle seus impulsos e, aí sim, se prepare para mais quatro anos de mandato. Do contrário, esqueça!

Clésio Andrade, empresário, empreendedor social, foi vice-governador de Minas Gerais, ex-senador, ex-presidente da CNT – Confederação Nacional do Transporte e fundador do SEST SENAT