Pedro Ribeiro
(Foto: Geraldo Bubniak/AGB)

Alceo Rizzi

A CPI da pandemia no Senado agora também estendida a governadores e prefeitos, deveria incluir em seu leque a Anvisa-agência Nacional de Vigilância sanitária que, a pretexto de rigor técnico, apenas tem dificultado a autorização para o pais dispor de mais vacinas no combate ao vírus. Fez isso a Coronavac durante meses, até se satisfazer burocraticamente e liberar a vacina, sem que ela tivesse sido modificada em nada. O mesmo ocorre com outras, como a russa Sputnik, já usada em mais de 60 países, só proibida no Brasil porque a Anvisa não autoriza sua utilização, uma novela que acontece desde o fim do ano passado. Quando ela se dispuser a aprovar novas vacinas, não poderão ser mais adquiridas em grandes quantidades por causa da demanda mundial. É, além de não ter onde comprar, pode ficar sem o insumo para sua produção, seja pelo Instituto Butantan ou pela Fiocruz, adquirido da China e da Índia. China vacinou 100 milhões se pessoas e estabeleceu como meta chegar até julho com 40% da população de 1.45 bilhão imunizada. Já avisou aos demais países importadores que o insumo será usado com prioridade para imunização interna. Índia faz o mesmo, com registro de explosão de infectados nos últimos dias. Por mais que tente se explicar pela falácia de pretenso rigor de excelência técnica, a Anvisa tem grande parte de responsabilidade pelo desastre sanitário do País, submeteu-se e foi cúmplice servil de uma negligência deliberada e doentia da presidência, em seu pouco caso diante da pandemia. Não poderia deixar também de ser relacionada como objeto de investigação da CPI. No mínimo por delinquente leniência à tragédia sanitária em que estamos hoje mergulhados.

 

Alceo Rizzi é jornalista