Pedro Ribeiro

 

Após fazer uma série de ameaças ao Supremo Tribunal Federal (STF) e anunciar a convocação do Conselho da República, o presidente Jair Bolsonaro teve seu dia de glória no “Dia da Independência”, com discursos em Brasília e em São Paulo para um grande número de apoiadores. Se ele não tem mais votos para vencer uma eleição tem, pelo menos, grande apoio popular.

Em recado direto ao ministro Alexandre do Moraes, do STF, Bolsonaro disse: “Não podemos continuar aceitando que uma pessoa específica da região dos Três Poderes continue barbarizando a nossa população. Não podemos aceitar mais prisões políticas no nosso Brasil”.

“Ou o chefe desse Poder enquadra o seu ou esse Poder pode sofrer aquilo que não queremos, porque nós valorizamos, reconhecemos e sabemos o valor de cada Poder da República”, completou Bolsonaro, conclamando o presidente do STF, Luiz Fux, a interferir nas decisões de Moraes – algo que seria inconstitucional.

Em nota oficial em suas redes sociais, o PSDB informou, pelas redes sociais, que “diante das gravíssimas declarações do presidente da República no dia de hoje, o partido vai se reunir para discutir sobre abertura de Impeachment e eventuais medidas legais”.

O Conselho da República é um órgão de consulta do presidente da República que se pronuncia sobre intervenção federal, estado de defesa, estado de sítio e questões relevantes para a estabilidade das instituições democráticas. Ele foi criado pela Lei 8.041 de 1990. O presidente não tem a obrigação de colocar em prática medidas oriundas da consulta feita com o conselho.