Pedro Ribeiro

 

Tudo o que Jair Bolsonaro pregou contra durante sua campanha à Presidência da República, em 2018, ele está fazendo o contrário agora, ou seja, negociando com o centrão.  Deputados de partidos de esquerda e de centro estão questionando a liberação de R$ 3 bilhões para 250 parlamentares e 35 senadores aplicarem obras em seus redutos eleitorais. Ou seja, compra de votos para impedir o impeachment.

Estes recursos que faltam para o auxílio emergencial foram negociados no calor das eleições para as presidências da Câmara dos Deputados e Senado Federal. A eleição que vai escolher a os novos presidentes da Câmara e Senado está Marcada para segunda-feira.

A analista de política do Estado, jornalista Eliane Cantanhêde escreve em sua coluna desta sexta-feira (29): “Parabéns, presidente Jair Bolsonaro! Quanto mais erra escandalosamente em todas as frentes de combate à pandemia, com um saldo macabro acima de 220 mil mortos e 9 milhões de infectados, mais ele vai se revelando um craque sem escrúpulos no jogo da velha política. Interfere em outro Poder, não desperdiça em emendas e cargos e está a dias de botar no bolso os presidentes da Câmara e Senado. De quebra, embaralhou o tabuleiro da oposição para 2022”.

“Nunca se viu o presidente irritado, ao menos chateado, diante do avanço do coronavírus e das mortes de milhares de brasileiros. Sempre que ele aparece bravo, aos palavrões, é porque a PF e o Ministério Público descobriram mais uma dos filhos ou porque a imprensa revelou mais um chiclete e um leite condensado milionários. O País que se dane. Só importa o que dói nele e na família”.

Para finalizar, a irresponsabilidade do presidente extrapola os limites do bom senso.  Nas redes sociais, Bolsonaro reforça seu desejo de que as torcidas de futebol voltem aos estádios do país. As arenas não recebem público há quase um ano.

Sua defesa coincide com o dia em que o Brasil registra o terceiro maior número de novas mortes por covid em um intervalo de 24 horas. Foram 1.386 óbitos e 61.811 novos casos registrados no período.

“Temos que voltar a viver, pessoal. Sorrir, fazer piada, brincar. Voltar (o público) nos estádios de futebol o mais cedo possível, que seja com uma quantidade menor, 20%, 30% da capacidade do estádio”, opinou Bolsonaro. “Temos que voltar a viver, cuidar dos mais idosos, de quem tem comorbidade. As vacinas estão vindo aí. Sempre disse: passou pela Anvisa, a gente compra, não interessa de onde vem. Assim fizemos. O mundo está com falta de vacina”, disse Bolsonaro em sua live.