Pedro Ribeiro
(Foto: Maxi Franzoi/AGIF/Folhapress)

 

A classe média paranaense vem revelando sua impotência diante dos efeitos da pandemia. As restrições impostas pelas autoridades sanitárias não permite que visitem shoppings centers, que participem ou promovam grandes almoços e jantares com amigos e até noitadas nas baladas das cidades. A classe média está confinada, em seu canto, esperando o fim dessa tragédia sem precedentes.

“Fico da sala à sacada do prédio. Pego um livro e já fico entediado. Vou para a cozinha e invento pratos. Quero sair, mas não posso e também não tenho coragem, porque entendo a gravidade do coronavírus, pois tive amigos e até parentes que foram a óbito pelo Covid”. Quem fala é um amigo, empresário, que encontrou nas saídas de bicicleta o seu refúgio para deixar o confinamento da sala, sacada e cozinha.

A exemplo dele, milhares de pessoas – classe média – correram nos últimos meses às lojas de revenda de bicicletas para sair pedalando pelas ruas da cidade, com máscaras, deixando de lado o estresse e o tédio causados pela reclusão em função da pandemia. Muitas lojas de Curitiba, especializadas na venda de bicicletas sofisticadas, estão com seus estoques esgotados. É raro encontrar à disposição uma bike para compra seja por R$ 1.000 ou R$ 50 mil.

Organizados em pequenos grupos, os novos amantes da bicicleta saem pela manhã e, muitos deles só volta a tarde. Estes com viagens mais longas como uma esticada a Morretes ou a Ponta Grossa.

Muitos empresários confinados em seus home-office também tomaram gosto pela culinária e está surgindo uma grande leva de “chefs” de cozinha. E quem fatura alto com isso são os supermercados que, felizmente, continuam aberto para atender a população de modo organizado e com todos os cuidados exigidos pelos protocolos da saúde.

As mulheres empresárias também participam das pedaladas, estão no dia a dia da cozinha e muitas delas inventando atividades, como pintura em gesso ou porcelana. Conheço algumas que mergulharam em cursos on-line de línguas, como inglês, francês e italiano e prometem ampliar o vocabulário com o aprendizado de nova língua até o final da pandemia.

Na pandemia, no entanto, o equipamento mais usado e que também teve um pequeno boom em vendas no mercado é o computador. Também o celular com seus inúmeros aplicativos faz parte do dia a dia desses grupos confinados. Gerson Aguilar, do ramo de informática, disse que está vendendo computadores e equipamentos de software e hardware como nunca. Principalmente jogos, ou games.

Acreditamos que o Brasil saia mais inteligente após a pandemia, pois houve tempo suficiente para a reflexão e principalmente aprendizado. Só precisa saber escolher um presidente da República.