Pedro Ribeiro
(Foto: divulgação)

Aroldo Murá

Dirigente do Instituto Ciência e Fé “Fidelis et Constans” durante ato de entrega formal de cestas básicas ao Mosteiro do Encontro.

 

As fotos de Hélio Martins de Freitas registram momento da entrega simbólica de uma cesta básica – parte de 100 delas – que a Campanha de Natal do Instituto Ciência e Fé está desenvolvendo. Na Páscoa, a pedido das irmãs, o Instituto ampliará entregas de alimentos não perecíveis naquela área. Na semana, a direção do Instituto entregou oficialmente as doações iniciais, alimento para centenas de pessoas – “alimentos para a vida”.

Hoje, dia 14, os empresários Cláudio Loureiro, e Leonardo Petrelli, confirmaram suas participações na Campanha de Natal, como já vêm fazendo há anos. Nesta semana ainda, o ICFÉ fará entrega de cestas para centenas de família moradoras num assentamento localizado na Planta Suburbana, em Piraquara, dando prosseguimento ao trabalho que se estenderá a outras áreas da RM de Curitiba.

ORAR E TRABALHAR

Com o mesmo ardor espiritual que sempre as caracterizou, as 12 irmãs beneditinas do Mosteiro do Encontro, em Mandirituba (Areia Branca dos Assis, Estrada do Mosteiro) estão saindo prudentemente da pandemia. Já aceitam, de novo, cristãos que queiram fazer retiros espirituais naquele ambiente todo convidativo à oração e à reflexão.

Mosteiro do Encontro

Caso o retirante queira, poderá ser orientado por uma das religiosas da casa, ou pelo padre capelão, Jomar, 81 anos, francês totalmente aclimato ao Brasil em que vive há dezenas de anos; ele se divide, na semana, atendendo às monjas e à obra do MOPP, congregação a que

pertence, com casa de formação em Tatuquara. As religiosas, de clausura (só saem do Mosteiro quando estritamente necessário) cumprem diariamente uma ampla escala de orações e trabalhos, na confecção de bolachas, doces, e quadros de inspiração religiosa. O lema que seguem é o da Regra de São Bento (à qual se vinculam) – o Ora et Labora.

Começam as orações nas Matinas, madrugada, 5 da manhã; e encerram-nas com as chamadas Completas, lá pelas 20 horas, a partir de quando começa o Grande Silêncio nessa comunidade composta de mulheres silenciosas em si mesmas, fortemente dedicadas ao trabalho, estudo e à Liturgia. Vivem sob votos de pobreza, obediência e castidade. Irmã Ana Maria, que estudou Teologia no Mosteiro de São Bento, Rio, é a madre da casa, onde se encontram também veteranas como a portuguesa Tereza Paula e a irmã Elizabeth, uma filha de alemão, dona de boa parte da memória do Mosteiro que há dezenas de anos tem uma “filial” em Itacoatiara, Amazonas.

Elizabeth, Ana Maria e Tereza Paula viram os primeiros anos do Mosteiro, nascido no começo dos 1960 no bairro do Pinheirinho, Curitiba. Eram tempos da liderança da franco-suiça Madre Chantal, ex-minssionária na África, cuja morte se deu em 2020, aos 101 anos no Mosteiro. Seu tumulo, no cemitério monástico, vive adornado com flores silvestres. As monjas vivem contato com a comunidade abrangente, especialmente nas celebrações litúrgicas dos domingos.

Fazem o que podem, atendendo parte das famílias carentes que vão se formando naquele núcleo em que predominam pequenos agricultores. As irmãs garantem que a fuga de famílias pobres das cidades grandes, como Curitiba, tem criado alguns bolsões de carências materiais no entorno. E elas, como podem (e podem pouco, pois só vivem do próprio trabalho), vão atendendo aos necessitados. São, por exemplo, parte essencial da Campanha de Natal do Instituto Ciência e Fé – “Fidelis et Constans”.