Pedro Ribeiro

Alceo Rizzi

Para que alguns brasileiros não sejam mais brasileiros que os outros, Ministério da Saúde deveria condicionar a reposição necessária de vacinas Coronavac para as cidades que usaram todas as que receberam já para a aplicação da primeira fase, sem reservar reparte equivalente para a segunda dose. Que os próximos lotes de repasses da mesma vacina para as quase mil cidades em apuros, sejam repassadas depois, proporcionalmente às outras cidades do Pais e que poderiam estar recebendo as desviadas para solucionar a crise. As cidades a serem socorridas teriam que aguar até a conta ser zerada.

Até chegar ao limite da quantidade a ser ainda apurada das vacinas que agora faltam. Se não estabelecer um condicionamento do gênero, pode enfrentar questionamentos judiciais de cidades que se sentirão prejudicadas por não caírem na armadilha de usar todas as vacinas, como orientou o inepto general que antes ocupava o Ministério junto com sua tropa. Apenas repor, sem haver compensação a quem deixará de receber a quantidade que lhe caberia pode resolver um problema e criar outro. Coisa em que o Ministério tem sido pródigo. A não ser que mude a Ordem Unida.

O PÔQUER FARROUPILHA DA VACINA

Flores da Cunha, que governou o Rio Grande do Sul, era viciado em jogo de cartas. Inventou o Pôquer Farroupilha numa das rodadas, para meter a mão nas fichas do jogo. As cartas que tinha nas mãos eram todas de naipes diferentes, sem sequer fazer sequência ou um pobre par. Por que isso agora? Por talvez despropositada lembrança ou semelhança ao que acontece nessa pandemia com o Estado dos gaúchos.

Dos cerca de 900 municípios do País que estão sem vacina da Coronavac para a segunda dose, 490 são do Rio Grande do Sul que sempre apareceu entre os que mais imunizavam a população. Gastaram todas as vacinas para a primeira dose, seguindo recomendação do Ministério da Saúde comandado o pelo beócio general e sua tropa quando estavam no comando, apesar de todos os exemplos de inépcia, negligência e falta de planejamento que já haviam demonstrado.

Deveria ser de responsabilidade da Secretaria de Saúde de seu Estado, como nos demais onde agora faltam vacinas, alertar prefeituras para não entrarem na armadilha do Ministério, que fez a recomendação. Explica como o Rio Grande do Sul, apesar de ter menor população que a de alguns Estados e receber proporcionalmente menos vacina, conseguia imunizar o equivalente a 1/3 a mais que o Paraná, por exemplo.

Estava boa a foto para o jovem governador, forçadamente cogitado para disputar a sucessão presidencial e que se mantém agora em tibetano silêncio. Talvez ache que, pela origem, ninguém vai dar pelotas. Tentativa igual ao blefe do pôquer Farroupilha do caudilho.

 

Alceo Rizzi é jornalista e colaborador do Paraná Portal