Pedro Ribeiro

Com o alarde nos quatro cantos do mundo – Brasil no meio – sobre o Coronavírus, o pesquisador dos cursos de Mestrado e Doutorado e professor do curso de Medicina da Universidade Positivo, Salmo Raskin nos brinda com um excelente artigo, bastante esclarecedor sobre o caso e interessante o alerta que faz em relação à dengue. Mostra também os cuidados que temos ao dirigir um carro, portamos uma arma e com o comportamento das crianças e jovens que ameaçam suicídio. Veja o artigo:

Com a confirmação do primeiro caso de infecção no Brasil, a partir de agora vamos ter uma enxurrada de notícias sobre o coronavírus aqui no Brasil. É o impacto e o medo que a novidade traz, incluindo o que se ganha com “notícia nova”. Vamos tomar cuidado como o coronavírus, sim mas muito mais cuidado com a dengue, com a maneira com a qual dirigimos automóveis, portamos armas, com o comportamento de crianças e jovens que ameaçam suicídio… e, depois, com o coronavírus!

Em 2019 morreram cerca de 800 pessoas por consequência da dengue no Brasil, proporcionalmente mais do que o dobro de óbitos por coronavírus no mundo todo, incluindo a China. Para uma mortalidade por coronavírus (3%) ter o mesmo impacto que a mortalidade por dengue no Brasil, teríamos que ter cerca de 27 mil infectados pelo coronavírus no Brasil. Temos agora um caso, 27 mil não serão infectados, simplesmente isso não vai ocorrer.

Sendo que a população do Brasil é sete vezes menor do que a da China, então, proporcionalmente, seria como se tivessem morrido 5.600 pessoas “por dengue” na China. Morreram até o momento 2.800 por coronavírus na China, sendo que a grande maioria no epicentro e o número de mortes caiu muito nos últimos dias. Só este ano, no Brasil, já morreram, até o momento, 14 pessoas por dengue, e permanecem em investigação 62 óbitos.

Ainda no Brasil, morrem 200 pessoas por dia assassinadas, aproximadamente 60 mil por ano. O suicídio é considerado pelo Ministério da Saúde como um problema de saúde pública, tirando a vida de uma pessoa por hora no Brasil, mesmo período no qual outras três tentaram se matar sem sucesso. Em 2016, foram 37.345 óbitos por acidentes automobilísticos, cinco por hora. Importante ressaltar que boa parte dessas mortes poderiam ser evitadas.

Como as doenças cardiovasculares são as principais culpadas por óbitos pelo mundo, é muito importante se atentar ao sinais, que podem aparecer até uma semana antes. Entre eles, estão: dores no estômago ou abdômen, falta de ar, náusea, azia, dificuldade de digestão, tontura e suor excessivo. Para prevenir o infarto, é importantíssimo a prática de exercícios físicos e uma alimentação regrada, já que a maior parte das mortes poderia ser evitada se a pessoa não seguisse uma vida sedentária.

Então, proponho que, a partir de hoje, para cada post sobre o coronavírus no Brasil, se poste 100 sobre as leis de trânsito, cinquenta sobre o respeito a vida, trinta sobre medidas preventivas do suicídio, dez sobre o combate à Dengue.

Salmo Raskin, doutor em Genética, pesquisador dos cursos de Mestrado e Doutorado e professor do curso de Medicina da Universidade Positivo