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Em 2020, planejamento de Itaipu vai preparar usina para cenários pós-2023

Em 2020, planejamento de Itaipu vai preparar usina para cenários pós-2023

Há onze meses no comando da margem brasileira da Itaipu Binacional, o general Joaquim Silva e Luna tem como princ..

Pedro Ribeiro - quarta-feira, 22 de janeiro de 2020 - 14:10

Há onze meses no comando da margem brasileira da Itaipu Binacional, o general Joaquim Silva e Luna tem como principal desafio, a partir de 2020, colocar em marcha o planejamento estratégico que vai preparar a usina para os diferentes cenários dentro de um mercado de energia elétrica complexo, dinâmico e competitivo. Em 2023, quando o anexo C, do Tratado de Itaipu será revisado por Brasil e Paraguai, a dívida da usina estará totalmente quitada.

Praticamente todos os cenários estudados apontam para a necessidade de diminuição de despesas de exploração. Com a revisão do Anexo C, que trata das bases financeiras e da prestação dos serviços de eletricidade do Tratado de Itaipu, a empresa terá em caixa US$ 1 bilhão. Hoje, Itaipu opera baseada nos custos de exploração e da dívida, mas poderá ir ao mercado e funcionar como uma empresa comum, com direito a lucros e prejuízos (hoje, o orçamento não prevê sobra de receita).

“Já sabemos que Itaipu precisa estar preparada para ‘novos tempos’. Precisa ‘acompanhar os movimentos’ do setor energético e ter uma estrutura flexível para responder às mudanças que virão”, antecipa o diretor-geral brasileiro. E ressalta: “as mudanças exigem que todos entendam o motivo; (precisam de) gente determinada, controle orçamentário e perseverança”.

“É 2023 olhando para Itaipu de 2020 com pressa”, diz ainda o general. Ele explica que “será um trabalho hercúleo, que vai precisar da colaboração de todos numa mesma direção”. O tripé que busca a eficiência empresarial e a valorização dos empregados, a partir da sistematização de processos e metas, reúne princípios e valores constitucionais com a preservação do capital humano da empresa em nível de motivação e excelência para as mudanças necessárias.

“Já fizemos grandes mudanças em 2019. Elas agora precisam ser sistematizadas dentro de processos institucionalizados. Nessa fase, precisamos de integração, racionalização e ‘downsinzing’ (encurtamento dos processos decisórios)”. E complementa: “temos que continuar valorizando a austeridade, enxugando as estruturas com sobra de gordura”.

O mapa estratégico, baseado na missão de gerar energia elétrica de qualidade, com responsabilidade social e ambiental, impulsionando o desenvolvimento econômico, turístico e tecnológico sustentável, no Brasil e no Paraguai, tem como fios condutores:

– produção de energia com os melhores índices de qualidade e otimização de aplicação dos recursos;

– aperfeiçoamento da eficiência dos processos de produção de energia, que garantam a segurança hídrica;

– fomentar o desenvolvimento sustentável na área de influência, melhorando as práticas de gestão e governança empresarial;

– manter o capital humano com alto nível de motivação, desempenho e comprometimento. Dispor de informações e sistemas essenciais para a execução da estratégia da empresa.

No rol de ações e projetos, Itaipu fará o acompanhamento da reestruturação do Parque Tecnológico Itaipu (PTI) e trabalhará para conseguir autonomia financeira das fundações que dependem de Itaipu, como a própria Fundação PTI, a Fundação Itaipu Brasil de Previdência e Assistência Social e a Fundação Itaiguapy, que administra o Hospital Ministro Costa Cavalcanti.

Outra grande preocupação é em relação às negociações para a revisão do Anexo C do Tratado de Itaipu, que trata das bases financeiras da prestação de serviços de eletricidade. Já há um grupo de trabalho analisando as várias hipóteses para essa renegociação, que precisa ser concluída até 2023, conforme prevê o tratado entre o Brasil e o Paraguai.

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