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Fake News e Mídias Digitais. Temáticas foram debatidas durante o segundo dia do Fórum Pato Branco

Fake News e Mídias Digitais. Temáticas foram debatidas durante o segundo dia do Fórum Pato Branco

O efeito das Fake News na opinião pública nacional foi o principal tema de discussão do 3º painel do “Fórum Pato – Cidad..

Pedro Ribeiro - sexta-feira, 10 de dezembro de 2021 - 15:36

O efeito das Fake News na opinião pública nacional foi o principal tema de discussão do 3º painel do “Fórum Pato – Cidadão para o Mundo”, que está sendo realizado no Largo da Liberdade, em Pato Branco (PR), entre os dias 9 e 11 de dezembro de 2021.

O Painel Mídias Digitais foi apresentado pelos jornalistas Malena Rodrigues Salthier, professora do curso de Mestrado sobre Comunicação Social da Câmara Federal, Jozieli Cardeal Suttili, professora do Curso de Publicidade e Propaganda da UNIDEP de Pato Branco e pelo frei Neuri Francisco Reisnsch, representante da Fundação Rádio e TV Celinauta. Os debates tiveram a coordenação do jornalista Ari Ignácio de Lima, da TV Sudoeste.

Malena, filha do ex-deputado federal representante da região do Sudoeste do Paraná, Sebastião Rodrigues, proferiu palestra por teleconferência e destacou a ideia de que Fake News não tem nada a ver com Jornalismo, mas sim com política. Segundo a jornalista e doutora em Comunicação Social, as Fake News são a forma atual de manipulação da opinião pública em pról de uma causa, seja ela qual for, mas utilizada principalmente na política.

Segundo a jornalista, este é um mecanismo de desinformação pois não tem compromisso algum com a veracidade dos fatos e cresceu na sobra da falta de regulamentação do ambiente digital e da certeza da impunidade. O objetivo central deste tipo de mensagem é o de confundir a opinião pública para melhor manipular o pensamento do eleitor. E o que é mais cruel, conforme destacou Malena, é o fato de que o público consumidor de Fake News vive em “guetos” digitais, sempre ouvindo os mesmos discursos e consome estas informações como uma crença, uma fé cega, por isso não irá acreditar na verdade dos fatos, quando confrontados com eles. Um grande exemplo disto é a onda do negacionismo que vivenciamos recentemente na pandemia.

A difamação dos meios de comunicação tradicionais é parte da estratégia dos disseminadores de fake News para formarem opinião pública favorável a suas agendas políticas, comentou Malena. Ela disse que os caminhos para vencermos esta triste página da Comunicação Social, nos tempos da internet, é a educação digital da população; o hábito de questionar e checar as informações que chegam até nós; a verificação das fontes que passam a mensagem e a inserção da comunidade nas discussões do jornalismo local.

A segunda palestrante da manhã desta sexta-feira foi Jozieli Sottili, docente de disciplinas ligadas à área de comunicação no UNIDEP, entre elas a de Cibercultura, disciplina que aborda este novo mundo das informações via rede mundial de comunicação/WEB. Jozieli destacou a grande velocidade das mudanças tecnológicas na era em que vivemos e como elas geram instabilidade no nosso modo de vida.

Esta rapidez das novas formas de vida roubou o nosso tempo. Todo mundo vive correndo sem tempo para se aprofundar em coisa alguma, principalmente na leitura das notícias, o que facilita a crença nas Fake News, pois o leitor não vai até o fim do conteúdo, não procurar saber a sua procedência e já o compartilha nas redes sociais, comentou a professora.

Ela disse que esta falta de compromisso com as informações que recebemos pode afetar seriamente a nossa liberdade, uma vez que notícias falsas geram instabilidade e levam os eleitores a apoiarem governos mais autoritários, em busca de confiança e proteção. Mas nem tudo são más notícias no advento das novas mídias, Jozieli disse também que a internet revolucionou o pensamento humano e deu voz ao cidadão comum. Agora qualquer pessoa com acesso aos computadores e à internet pode se expressar frente ao mundo. O que é preciso para vencermos esta fase de adaptação à realidade digital é a regulamentação das nossa legislação no setor e a tomada de consciência do cidadão para agir com responsabilidade e boa fé no uso destas importantes ferramentas que a ciência colocou à disposição da sociedade atual.

O Frei Neuri, da Fundação Celinauta, falou sobre a grande importância que o velho e bom rádio ainda tem no seio das comunidades. Apesar de ser o avô dos meios de comunicação, o rádio ganha de longe na confiança da população sobre a veracidade das informações. Frei Neuri apresentou uma enquete onde o rádio contava com a esmagadora confiança da população, frente a pífios resultados das mídias digitais. Ele disse que isto se deve ao cumprimento das regras do bom jornalismo, de checar as informações e de ouvir os dois lados da notícia. Ele destacou que as rádios e Tv da Fundação Celinauta têm o cuidado ético com o conteúdo transmitido ao público, tanto na qualidade das músicas que vão ao ar como em campanhas de utilidade pública veiculadas, com informações na área de saúde e do trânsito. E, principalmente, informando e confortando a população neste período de pandemia.

Frei Neuri disse que o rádio é também um grande companheiro das pessoas solitárias e as acompanha tanto na cidade como nas áreas rurais. E pensando no bem-estar das população, ele disse que tanto a rádio AM como a FM da Fundação Celinauta não divulgam notícias que possam influenciar negativamente as pessoas, como os casos de suicídio. Ele apresentou, também, um breve vídeo sobre as instalações e modernos equipamentos da fundação.

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