Pedro Ribeiro
Foto: Divulgação

 

A fome no Brasil continua crescendo e se agravando na pandemia. Em 2020, 19 milhões de pessoas viviam em situação de fome no país, segundo o Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da covid-19 no Brasil. Em 2018, eram 10,3 milhões. Em dois anos houve um aumento de 27,6% (ou quase 9 milhões de pessoas a mais).

 

Último levantamento feito pelo Datafolha mostra que 88% das pessoas entrevistadas acreditam que a fome está em alta no país. A pesquisa revela que faltou comida para 40% daqueles que possuem apenas o ensino fundamental completo e a região mais afetada é o Nordeste.

 

A falta de alimentos em quantidade e qualidade nutricional suficientes pode acarretar em crianças danos neurológicos, problemas de saúde mental, queda no rendimento escolar, diabetes, obesidade, hipertensão e maior vulnerabilidade a doenças infecciosas como a Covid-19.

 

A Unicef (braço da ONU voltado para crianças e adolescentes) afirmou que, no mundo, “6,7 milhões de crianças menores de cinco anos podem sofrer definhamento (baixo peso para a altura) — e, portanto, tornar-se perigosamente subnutridas — em 2020 como resultado do impacto socioeconômico da pandemia de covid-19”.

 

Um estudo recente da Universidade da Califórnia sobre a prevalência de doenças crônicas no Brasil apontou que adultos que passaram fome na infância tinham maior probabilidade de desenvolver diabetes e osteoporose décadas depois.