Forças Armadas são instituições do Estado e não de Bolsonaro

 

Além de menosprezar a pandemia que, hoje, mata mais pessoas em um único dia ( 3.780 nesta terça-feira, 30) do que as mortes causadas pelo mesmo vírus em 10 países, entre eles, Estados Unidos (563), Itália (529), Polônia (461), Russia (409) e Índia (355),o presidente Jair Bolsonaro acaba também de, literalmente, incendiar os quartéis com a demissão do ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva.

A troca dos comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica surpreenderam alguns ministros do Supremo Tribunal Federal que enxergaram uma tentativa do presidente Jair Bolsonaro de “politizar” as Forças Armadas. Para o ministro e presidente do STF Luiz Fux, o general Azevedo e Silva estava comprometido com a democracia.

“Nesse período, preservei as Forças Armadas como instituições de Estado”, escreveu o general em sua carta de demissão. Segundo apuração da BBC News Brasil, Bolsonaro pediu sua saída do cargo por estar insatisfeito com a falta de apoio das Forças Armadas a bandeiras do governo.

A saída dos comandantes é vista como um ato de protesto pela demissão sumária de Azevedo. Essa é a primeira vez que os três comandantes das Forças Armadas deixam seus cargos ao mesmo tempo por discordância com o presidente da República.

O substituto de Azevedo e Silva, o general Braga Netto disse que as mudanças eram para o “realinhamento” das Forças Armadas com Bolsonaro e a manutenção do apoio ao governo. Durante encontro a porta fechadas, houve várias contestações sobre a forma como a dispensa foi feita. Um dos oficiais questionou duramente Braga Netto ao lembrar que as Forças Armadas são instituições de Estado, e não de governo. Em recentes manifestações, porém, Bolsonaro tem se referido ao Exército como “meu Exército”, contrariando a caserna.