Pedro Ribeiro
(Foto: Ricardo Duarte/Internacional)

Para um general que fala bem, que profere palestras sobre economia a lideranças empresariais do país, que tem equilíbrio e, por fim, com condições de gerir os destinos da Nação, Hamilton Mourão tem decepcionado. Ao sair, como minúsculo porta-voz das trapalhadas de Jair Bolsonaro, acaba, também, perdendo credibilidade. Tinha tudo para ficar calado e deixar o barco seguir seu rumo para frente ou ao naufrágio.

A declaração do vice-presidente, general Hamilton Mourão, de que o presidente teve “grandeza moral” e fez ” mea-culpa” ao divulgar nota se retratando e negando ataques à instituições e à Democracia, nas manifestações alopradas no dia da Independência, pode ser interpretada como educada tentativa pessoal e hierárquica de mensagem de contribuição para harmonia do País”, observa o jornalista Alceo Rizi.

Mas, na linguagem de fumaça dos apaches, diz Rizzi, “parece metáfora de pagé desrespeitado pelo cacique da tribo e que ainda assim, diante de outros peles-vermelhas, se desculpa pelas estripolias que o chefe comete por causa de espíritos malígnos. E que, além do mais, foi mau incorporado e não sabe para que serve um cachimbo, ou porque desde menino anda viciado em fumar muita bosta de búfalo. Ainda bem que o presidente, por atenuante, em certo aspecto e ao que parece, não é um tabagista. Ainda que aparências enganem”.

Bem, a exemplo de Mourão, que vem colocando panos quentes nas estripolias de Bolsonaro, podemos interpretar como irônica a declaração do ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, de que temos que “acreditar na boa-fé do presidente”. Como se ele, o Gilmar, não viu esse filme.