Pedro Ribeiro
Foto: Divulgação/ Ambev

A ideia é garantir testagem e reduzir o tempo de espera de grupos que aguardam liberação para entrar no país vizinho.

O Grupo de Trabalho GT Itaipu Saúde, formado por brasileiros e paraguaios, está tentando agilizar o processo de liberação dos paraguaios barrados na Ponte da Amizade. A intenção é sistematizar a testagem rápida de covid-19 pelo Hospital Ministro Costa Cavalcanti e intervir junto ao governo paraguaio para reduzir o tempo de espera dos paraguaios provenientes do Brasil.

A medida binacional visa garantir uma resposta mais rápida para um problema que vem se arrastando na fronteira entre os dois países. A iniciativa é apoiada pelo Grupo Estratégico da Covid-19 da Itaipu. Dos 3.062 paraguaios que voltaram do exterior, desde 23 de março, e passaram (e passam) por quarentena obrigatória em albergues, 512 deram positivo para a covid-19, um percentual de 16,7% do total.

Só pela ponte foram mais de 400 paraguaios, dos quais mais de 100 identificados com o novo coronavírus. Nas últimas semanas, os casos positivos em albergues foram responsáveis pela maior parte dos confirmados no Paraguai, que nesta terça, 12, soma 724 infectados (o número de mortes permanece estável, em 10).

Essa situação de vulnerabilidade aumenta o risco de propagação da doença. Quem chega com o vírus pode passar para os outros no local, já que ficam todos agrupados e sem medidas de proteção sanitária. A ideia do GT Saúde, formado por brasileiros e paraguaios, é sistematizar um processo de testagem rápida de PCR, doado por Itaipu, e conseguir alojamentos de forma mais ágil para esses grupos, por meio do consulado paraguaio.

“O que queremos é ajudar num processo de humanização para essas pessoas que hoje estão ao relento. Não importa a nacionalidade, somos todos irmãos e temos que nos ajudar”, diz o coronel Jorge Aureo, assessor especial do general Joaquim Silva e Luna, diretor-geral brasileiro de Itaipu. Aureo também coordena o GT Estratégico da Covid-19 da margem esquerda da Itaipu. A usina investiu mais de R$ 22 milhões em medidas pontuais para o enfretamento da doença.

Os médicos da margem paraguaia buscam ajuda dos médicos daqui para poderem agilizar a testagem e interceder juntos aos órgãos responsáveis pela adoção de medidas sanitárias simples, como uso de máscaras e local para lavarem as mãos. A maior parte da assistência aos paraguaios retidos na Ponte vem de entidades assistenciais formadas por brasileiros, como a Associação dos Amigos do Johnson Anjos da Madrugada, que já serviu mais de 4.700 sopas e marmitas, além de entregar cobertores em noites frias. Eles levam comida e banho para os grupos.

Hoje, a entidade conta com a ajuda de uma auxílio emergencial de Itaipu, mas as despesas aumentaram muito nos últimos tempos. Por isso, a instituição decidiu fazer uma “vaquinha” pela Internet para angariar recursos e poder atender essas pessoas. A vaquinha tem uma pretensão modesta: arrecadar R$ 1.000,00. Até agora, com cinco apoiadores, conseguiu R$ 250,00.

Se você quiser colaborar, entre neste site e faça doação. Pode ser com pagamento de boleto ou por cartão de crédito. Os anjos precisam.