Mourão, um general isolado do Palácio do Planalto, mas dentro do jogo político
Isolado pelo Palácio do Planalto, a mando do presidente Jair Bolsonaro que sequer o convida para participar..
Isolado pelo Palácio do Planalto, a mando do presidente Jair Bolsonaro que sequer o convida para participar de reuniões de interesse da nação, o vice presidente, general Hamilton Mourão, parece aceitar tacitamente se submeter a testes necessários e que tendem a se reproduzir daqui para a frente, se forem confirmadas as impressões de sua entrevista ao jornalista Roberto D’avila, na Globo News.
Entrevista que segue orientação de marketing político, a começar pela exposição que tende a se repetir para reduzir índice de uma eventual e prévia pesquisa que talvez aponte para um ainda alto grau de desconhecimento de quem ele seja.
Com cautela, equilíbrio e serenidade, sem confronto, mas em contraponto ao vocabulário e comportamento agressivos da presidência, não se exime de qualquer assunto e expõe sua opinião. Sem atritos.
Na entrevista, faz questão de se declarar de direita, algo necessário aos incautos fanáticos e devotos, trata a questão do Meio Ambiente com proximidade do que parece ser o senso comum. Cita necessidade de mais investimentos em fiscalização e presença do Estado para combater com rigor os crimes de desmatamento.
Mourão trata da Insanidade da até recente diplomacia do País como momento díspar na história basilar de sua inserção no que ele se refere como o “Concerto das Nações”, pela sua tradição e tamanho continental.
Discorda do tratamento do governo no combate à pandemia, diz que faltou empenho de comunicação para orientar a população sobre cuidado e necessidade de seguir ritos como o de outras campanhas de vacinação.
Ao fim e ao cabo, ressalta que as Forças Armadas seguem a Constituição e diz que ainda não decidiu seu futuro político, está em cima do muro. Entrevista para agradar desiludidos com a psicose presidencial, ao mesmo tempo em que tenta pescar simpatias desavisadas de quem esteja diante da expectativa de só haver opção por outro extremo.
Diante do insucesso aparente da opção de uma terceira via à sucessão, e por nada ser mais impossível de se supor neste país já virado ao avesso, estar em cima do muro pode ser também estar logo embaixo dele.
À depender das circunstâncias e da conveniência. O tempo vai dizer os motivos dessas exposições.
Também em recente palestras a grãos mestres da Maçonaria, Mourão foi taxativo ao afirmar que é preciso investir mais na educação e vacinar todos os brasileiros. (Alceo Rizzi).