Pedro Ribeiro
Foto: Reprodução/X

Alceo Rizzi

Sem que se faça defesa de quem quer que seja, quando a inflação estava em patamares de derretimento do País, FHC, ministro da Fazenda, por mérito do presidente Itamar Franco, reuniu economistas de excelência,  não importa o viés  teórico que tivessem, estabilizou a moeda e deu referência de preços. Houve custos depois, com sua eleição,  a reeleição,   aproveitadores, benefícios a alguns setores, principalmente o financeiro e outros danos que se seguiram, ao  julgamento de viés ideológico  que cada um faça   tudo isso discutível, polêmico e controverso.

Mas FHC, sociólogo, dava o norte. Agora, parece que quem dá o norte é a desnorteada equipe econômica, a ponto de o presidente dizer que ” acha” que vai haver nova etapa de auxílio emergencial por causa da pandemia.  Além de falta  de  comando,  desqualificação,  ignorância absoluta e soberba de síndrome psicótica, presidente contraria o que já disse, não sabe o que diz,  e talvez ainda  venha a desdizer  que ainda não disse. Bem possível.

Há um plágio maldosamente transversal,  involuntário e mal enjambrado nesse vai-e-vem em relação  a um antecessor,  a quem se atribuía que dizia  “não é  nada meu”, quando estava com bunda de fora,  mas ao menos , parecia que governava.

FÉ MEDIEVAL, DE IGNORÂNCIA PRIMITIVA

Você passa a ter maior referência da incontrolável insanidade quando um sujeito diz que aguarda os votos de outros irmãos para decidirem se vacinam sua mãe, com mais de 90 anos, contra o vírus da pandemia, percebe  com mais assombrosa  evidência como pode funcionar uma mente negacionista,  entrevada e obscura, mesmo que, por declaração de falsa racionalidade, diga ter se manifestado a favor de imuniza-la. Não se trata apenas da Fé medieval mas da mais assustadora,  absoluta e perversa ignorância primitiva, não fossem as já  recorrentes manifestações e declarações de estupidez,  na inacreditável loucura em que o País mergulhou de cabeça. Inacreditável ainda que ele não se dê conta  da monstruosidade do que declara,   e deixe sua genitora entregue à própria sorte que, há muito, talvez  já a tenha abandonado.

 

Alceo Rizzi é  jornalista