Pedro Ribeiro
Foto: DER PR

Muito estranho o silêncio do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia e do presidente do Senado, Davi Alcolumbre, em relação à saída do ministro da Justiça, Sergio Moro, que gerou uma crise política no país. Os dois mandatários do Congresso Nacional preferiram falar em “apagar incêndios internos” e focar na pandemia do coronavírus a dar suas opiniões sobre este delicado movimento político institucional.

Isto nos faz pensar que, diante de possíveis negociações do presidente Jair Bolsonaro com o chamado “Centrão” formado por velhos políticos da velha política, que supostamente teriam feito acordo para impedir o impeachment de Bolsonaro em troca de favores do governo, principalmente de cargos. Teriam entrado na jogada, moedas de trocas como controle do Porto de Santos, Funasa e o Ministério da Ciência, Tecnologia, Informações e Comunicações.

Esta negociação com o Centrão pode justificar o silêncio de Maia, porque ele precisa destes parlamentares até para sua própria sobrevivência. Alcolumbre defendeu a harmonia entre os Poderes, e fez um apelo para que todos os atores importantes da política nacional, em todos os níveis, trabalhem com responsabilidade.

Maia disse que o momento é de paciência e nada comenta sobre os 30 protocolados de pedidos de impeachment de Bolsonaro (três deles após as acusações feitas pelo ex-ministro da Justiça, Sergio Moro. “Quando você trata de impeachment, eu sou o juiz. Eu não posso tratar de temas cuja decisão é minha, de forma independente.”