Pedro Ribeiro
Foto: DER PR

Por Alceo Rizzi

A hipocrisia do faz de conta do Estado laico é tão perniciosa que permite ao País conviver com as mais odiosas e criminosas expressões de charlatanismo, que se utilizam da Fé de gente humilde com beneplácito de um poder omisso, muitas vezes beneficiário. Permite que se criem monstruosidades desumanas, como a desse pastor delinquente, Valdomiro Santiago, o líder da seita chamada Igreja Mundial do poder e Deus, que sem escrúpulos se aproveita da pandemia para vender sementes para a cura do vírus da doença ao valor de um mil reais. A esse escárnio afrontoso há o poder omisso do pretenso Estado Laico, e de seus cultos participa toda a fauna política, por onde circulam presidentes, os e antes e o de agora. Dados a Receita Federal, de poucos a anos atrás, registavam quase 20 pedidos diários de aberturas de igrejas neopentecostais de toda ordem, há nomes como Igreja de Moisés, A Que Engoliu Todas as Outras, e mais algumas dezenas das mais variadas delinquências. Todas isentas de tributos, muitas delas antros de lavagem de dinheiro sujo, no exercício da livre rapinagem e da extorsão pela Fé em forma de dízimos e contribuição, na de venda de indulgências. Coisa iniciada, lá atrás, pela Igreja Católica, justiça se faça. Mas, agora, como escandalosamente acontece com essa abjeta, criminosa e permissiva venda das sementes do pastor, que vive em mansões, mesmo fora do País, para onde viaja com seu jatinho particular. Ou à exemplo de outros pilantras que formaram impérios econômicos, criaram outras novas empresas, que sonegam impostos e se dizem terrivelmente evangélicas. Andar com fé não é sempre que não costuma falhar. Tem sido hábito.

Alceo Rizzi é jornalista, escritor e publicitário

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